Bloomberg — A Arábia Saudita pode estar mais perto de declarar sua missão cumprida no mercado de petróleo do que os operadores imaginam, segundo um dos mais respeitados especialistas no assunto ouvido pela Bloomberg News.
O reino empurrou o barril de Brent para perto de US$ 100 ao reduzir a oferta em um momento em que a demanda global por combustível atingiu níveis recordes.
Isso poderá em breve ser suficiente para o país começar a retomar produção, em vez de arriscar uma nova escalada de preços que prejudicaria a economia, segundo Bob McNally, que foi assessor especial do presidente George W. Bush e fundou a consultoria geopolítica Rapidan Energy, em Washington.
“Eles não querem apertar demais o mercado deliberadamente, porque se houver uma disparada de preço, haverá um colapso na demanda”, disse McNally em entrevista à Bloomberg Television nesta quinta-feira (28).
O mercado internacional de petróleo está “sendo fortemente pressionado”, especialmente no caso de combustíveis como diesel e óleo para aquecimento, com a aproximação do pico de consumo de inverno no hemisfério norte, disse McNally.
Com um cenário econômico particularmente frágil, isso representa perigos para bancos centrais como o Federal Reserve, acrescentou.
“A maneira realmente sensata de controlar os preços é a Arábia Saudita e a Opep+ dizerem: ‘Defendemos o nosso ponto de vista, afugentamos as posições vendidas especulativas’”, disse McNally. “Esse momento ainda não chegou, mas está perto.”
A Arábia Saudita se comprometeu em manter seu corte adicional de oferta de 1 milhão de barris por dia até ao final do ano, em conjunto com as restrições às exportações impostas pela Rússia, outro membro da Opep+. Mas também disse que iria revisar a estratégia a cada mês e que poderia ajustar a produção para mais ou para menos.
O Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados realizarão uma reunião técnica de monitoramento do mercado na próxima semana e, em seguida, uma reunião ministerial completa no final de novembro para definir a política de produção para 2024.
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