Apple, Microsoft e Nvidia contribuem para retorno de fundo de US$ 1,7 tri da Noruega

Criado na década de 1990 para investir as receitas de petróleo e gás da Noruega no exterior, o fundo soberano é o maior proprietário individual de ações do mundo

Nicolai Tangen, CEO do Norges Bank Investment Management (NBIM), o fundo soberano norueguês
Por Kari Lundgren
14 de Agosto, 2024 | 11:04 AM

Bloomberg — O fundo soberano de US$ 1,7 trilhão da Noruega teve um retorno de 8,6%, ou US$ 138 bilhões, no primeiro semestre, com a alta das ações.

O Norges Bank Investment Management (NBIM), que administra a riqueza da Noruega proveniente de combustíveis fósseis, viu os investimentos em ações ganharem 12% nos seis meses até junho, informou em um comunicado nesta quarta-feira (14).

O fundo teve um desempenho inferior ao de seu índice de referência em 0,04 ponto percentual, disse o NBIM, com o setor imobiliário continuando a pesar sobre os retornos.

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Criado na década de 1990 para investir as receitas de petróleo e gás da Noruega no exterior, o fundo é o maior proprietário individual de ações do mundo.

Ele investe de acordo com um mandato rigoroso do Ministério das Finanças, comparando-se a um índice de referência baseado no FTSE Global All Cap Index para ações e nos índices Bloomberg Barclays para renda fixa. A maior parte do capital do NBIM está em ações listadas em bolsa.

“Os investimentos em ações deram um retorno muito forte no primeiro semestre do ano”, disse o CEO Nicolai Tangen nesta quarta-feira. “O resultado foi impulsionado principalmente pelas ações de tecnologia, devido ao aumento da demanda por novas soluções em inteligência artificial.”

Os investimentos em renda fixa caíram 1%, assim como o valor das participações imobiliárias não listadas. A infraestrutura de energia renovável não listada caiu 18%, informou o fundo.

O fundo tem uma parcela maior de títulos de curto prazo do que o índice de referência, o que contribuiu positivamente, disse.

Depois de ganharem no primeiro semestre, os mercados acionários globais caíram nas últimas semanas e permanecem no limite. A perspectiva de cortes nas taxas de juros do Federal Reserve, bem como os resultados mornos de gigantes da tecnologia, como Amazon (AMZN), Microsoft (MSFT) e Alphabet (GOOGL), alimentaram a volatilidade.

O NBIM disse ontem que reduziu suas participações na Meta (META), Novo Nordisk e ASML Holding – todas entre suas 10 maiores participações – durante o primeiro semestre do ano.

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Tradicionalmente, o fundo faz uma atualização anual sobre o conteúdo de seu portfólio, mas, daqui para frente, fará isso duas vezes por ano, disse Tangen. A Apple (AAPL), a Microsoft e a Nvidia (NVDA) eram seus três maiores investimentos em ações no final de junho.

Com participações em mais de 8.800 empresas em todo o mundo, o NBIM vem intensificando seus esforços de forma a usar sua influência para algumas mudanças internas nas companhias, especificamente em questões relacionadas a mudanças climáticas, diversidade de gênero em conselhos de administração e remuneração de executivos.

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