Alphabet: balanço do 2º trimestre irá definir o tom para o restante das big techs

Analistas esperam que a empresa, que subiu mais de 16% na bolsa desde abril, mostre que os gastos com IA continuam a gerar receita em seus negócios de nuvem e publicidade

Logo do Google
Por Carmen Reinicke
23 de Julho, 2024 | 11:18 AM

Bloomberg — Todas as atenções estarão voltadas nesta terça-feira (23) para o balanço da Alphabet, a dona do Google (GOOGL), que irá definir o tom de como foi o desempenho das grandes empresas de tecnologia no segundo trimestre.

A empresa, que subiu mais de 16% na bolsa desde os resultados do primeiro trimestre, precisa mostrar que os gastos com inteligência artificial (IA) continuam a gerar receita em seus negócios de nuvem e publicidade.

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Os dados vêm na esteira de um selloff no setor de tecnologia, com o índice Nasdaq 100 caindo quase 6% em pouco mais de uma semana. O movimento, somado a comparações difíceis com o ano passado, criou um cenário de cautela antes da divulgação dos lucros mais tarde nesta terça.

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“Este não é o grande trimestre de aceleração, mas acho que eles se sairão um pouco melhor do que o consenso e darão um bom guidance para setembro”, disse Rhys Williams, da Wayve Capital Management, acrescentando que a Alphabet precisa “falar de forma direcionada sobre o que a IA está fazendo com seu fluxo geral de receita”.

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 Papéis sobem mais de 16% desde abril. Fonte: Bloomberg

Os analistas de Wall Street esperam que a empresa registre uma receita de US$ 84,4 bilhões no segundo trimestre, um salto de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, mas marcando uma desaceleração em relação ao trimestre anterior.

Espera-se que a publicidade, que inclui os negócios de pesquisa e YouTube, gere US$ 64,5 bilhões, um aumento de 11% ante o ano passado, ajudado pelas melhorias de IA do Google na pesquisa.

Os resultados e o guidance da Alphabet antes das Olimpíadas de Paris e da eleição presidencial de novembro nos EUA – dois grandes eventos que devem beneficiar os gastos com publicidade –, repercutiram em empresas como Meta (META), Snap e Pinterest.

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Investimento em IA

Justin Post, do Bank of America (BAC), espera que os resultados “criem um cenário positivo” para seus pares.

Recentemente, ele aumentou sua estimativa para o segundo trimestre para o braço de buscas da Alphabet. “No curto prazo, acreditamos que o aumento da receita com as melhorias de monetização impulsionadas pela IA será um dos principais dados do segundo trimestre”, disse Post.

Os analistas também estarão atentos aos gastos do Google. Os gastos de capital ficaram acima do esperado no último trimestre, embora os analistas da Wedbush, liderados por Scott Devitt, tenham dito que as expectativas de capex de curto prazo agora "alcançaram a realidade".

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“Embora uma surpresa negativa relacionada aos gastos continue sendo um risco para a Alphabet (e para todo o setor ligado à internet), achamos que as chances são relativamente baixas no segundo trimestre”, escreveu Devitt.

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A empresa gastou significativamente no desenvolvimento de serviços de IA em seu negócio de nuvem, que compete com o AWS da Amazon (AMZN) e o Azure da Microsoft (MSFT).

A nuvem foi um dos principais fatores por trás do bom desempenho do Google nos primeiros três meses do ano, e os analistas da Truist, liderados por Youssef Squali, esperam que os resultados deste trimestre também sejam apoiados por um desempenho sustentado na nuvem.

Um balanço sólido da Alphabet na área de nuvem teria implicações positivas para a Amazon, a Microsoft e até mesmo para a Nvidia (NVDA), pois pode sinalizar que os investimentos em chips de IA deverão continuar no próximo ano.

Este trimestre marcará ainda o último antes de Anat Ashkenazi assumir o cargo de diretor financeiro no final do mês, substituindo Ruth Porat.

Os investidores também estarão interessados em fusões e aquisições (M&As), depois que a startup de cibersegurança Wiz recusou uma oferta de aquisição do Google.

A Alphabet também recuou recentemente de seu interesse pela HubSpot, fabricante de software de gestão de relacionamento com o cliente, conforme informou a Bloomberg News anteriormente.

"Estamos procurando mais detalhes sobre "eficiência", já que o tema foi mais predominante na teleconferência de abril e talvez o novo CFO, Anat Ashkenazi, procure cortar ainda mais uma estrutura inchada", escreveu Ben Reitzes, analista da Melius Research, em uma nota recente.

Reitzes observou que as ações do Google estão em alta desde o balanço do primeiro trimestre, em meio ao otimismo em torno de “custos, impulso da nuvem e melhoria na execução da IA”.

“A liderança precisa mostrar um compromisso real com esses temas para que as ações continuem a subir”, disse ele.

-- Com a colaboração de Subrat Patnaik.

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