Ações na Europa operam em alta após balanços de bancos e à espera de dados dos EUA

“A fase mais dolorosa parece ter passado no que diz respeito às tarifas”, disse Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management, com sede em Zurique

Ações globais ampliam perdas com tarifaço de Trump e aversão a riscos |
29 de Abril, 2025 | 06:52 AM

Bloomberg — As ações globais operavam em leve alta nesta terça-feira (29) enquanto os investidores monitoram alguns balanços corporativos na Europa e aguardavam avanços nas negociações comerciais.

O índice europeu Stoxx 600 subiu 0,2%, avançando pelo sexto dia consecutivo e acompanhando movimentos semelhantes nos futuros de ações dos EUA.

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As bolsas asiáticas também fecharam em alta, com o sentimento impulsionado por sinais de alívio nas tensões comerciais, após um assessor da Casa Branca afirmar que os automóveis importados seriam poupados de tarifas separadas sobre alumínio e aço.

Um índice do dólar avançou 0,1%, enquanto o ouro recuou até 1,2%. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano subiram ligeiramente.

Nos resultados corporativos, as ações do Deutsche Bank subiram após a unidade de negociação atingir um recorde. O HSBC Holdings foi impulsionado pela notícia de um novo programa de recompra de ações.

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Já a BP Plc caiu após reduzir seu programa de recompra, com o lucro abaixo das estimativas.

Além da enxurrada de balanços desta semana, os investidores acompanharão uma série de dados econômicos em busca de sinais sobre a saúde da economia americana e as perspectivas para cortes nos juros pelo Federal Reserve.

No geral, um certo alívio voltou aos mercados após a forte volatilidade desencadeada pelos anúncios tarifários da administração Trump em 2 de abril.

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“A fase mais dolorosa parece ter passado no que diz respeito às tarifas, o que ajudou a acalmar os ânimos e a reanimar o otimismo dos investidores”, disse Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management, com sede em Zurique.

“A administração Trump não apenas parece determinada a recuar de algumas das medidas comerciais mais extremas anunciadas no Dia da Libertação, como também houve uma redução associada na incerteza sobre o futuro.”

Por outro lado, as tarifas continuaram a dominar as manchetes, com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, dizendo à CNBC que os EUA deixaram a China de lado por ora, enquanto buscam acordos comerciais com entre 15 e 17 outros países.

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Ele também afirmou que cabe a Pequim dar o primeiro passo para reduzir a escalada da disputa tarifária.

“No geral, acredito que as notícias tendem a melhorar daqui para frente”, disse Jitania Kandhari, diretora de investimentos do grupo de soluções e multiativos da Morgan Stanley IM, em entrevista à Bloomberg TV.

“Mas, quanto ao impacto de longo prazo, ainda estamos observando o que isso significará para o crescimento econômico e a inflação.”

Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (29 de abril):

- Porsche revisa margem. A fabricante alemã projeta que sua margem de lucro caia para até 6,5%, abaixo do guidance anterior que era de pelo menos 10%. A companhia é uma das montadoras mais expostas às medidas comerciais do presidente dos EUA Donald Trump, pois não possui uma fábrica no país.

- Liberais vencem no Canadá. O partido do atual primeiro-ministro Mark Carney teve cerca de 43% dos votos válidos, mas pode ficar aquém das 172 cadeiras necessárias para obter a maioria na Câmara, o que significa que o governo pode ser forçado a trabalhar com outros partidos para aprovar orçamentos.

- Estratégia da Novartis. A companhia elevou suas perspectivas para o ano impulsionado por medicamentos para câncer de mama, esclerose múltipla e psoríase. A Novartis prometeu, no início deste mês, investir US$ 23 bilhões nos EUA nos próximos cinco anos como parte de um esforço para contornar as tarifas.

Ações globais 29/04/25
🔘 As bolsas ontem (28/04): Dow Jones Industrials (+0,28%), S&P 500 (+0,06%), Nasdaq Composite (+0,10%), Stoxx 600 (+0,53%), Ibovespa (+0,21%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.