Bloomberg — As ações globais operavam em leve alta nesta terça-feira (29) enquanto os investidores monitoram alguns balanços corporativos na Europa e aguardavam avanços nas negociações comerciais.
O índice europeu Stoxx 600 subiu 0,2%, avançando pelo sexto dia consecutivo e acompanhando movimentos semelhantes nos futuros de ações dos EUA.
As bolsas asiáticas também fecharam em alta, com o sentimento impulsionado por sinais de alívio nas tensões comerciais, após um assessor da Casa Branca afirmar que os automóveis importados seriam poupados de tarifas separadas sobre alumínio e aço.
Um índice do dólar avançou 0,1%, enquanto o ouro recuou até 1,2%. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano subiram ligeiramente.
Nos resultados corporativos, as ações do Deutsche Bank subiram após a unidade de negociação atingir um recorde. O HSBC Holdings foi impulsionado pela notícia de um novo programa de recompra de ações.
Já a BP Plc caiu após reduzir seu programa de recompra, com o lucro abaixo das estimativas.
Além da enxurrada de balanços desta semana, os investidores acompanharão uma série de dados econômicos em busca de sinais sobre a saúde da economia americana e as perspectivas para cortes nos juros pelo Federal Reserve.
No geral, um certo alívio voltou aos mercados após a forte volatilidade desencadeada pelos anúncios tarifários da administração Trump em 2 de abril.
“A fase mais dolorosa parece ter passado no que diz respeito às tarifas, o que ajudou a acalmar os ânimos e a reanimar o otimismo dos investidores”, disse Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management, com sede em Zurique.
“A administração Trump não apenas parece determinada a recuar de algumas das medidas comerciais mais extremas anunciadas no Dia da Libertação, como também houve uma redução associada na incerteza sobre o futuro.”
Por outro lado, as tarifas continuaram a dominar as manchetes, com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, dizendo à CNBC que os EUA deixaram a China de lado por ora, enquanto buscam acordos comerciais com entre 15 e 17 outros países.
Ele também afirmou que cabe a Pequim dar o primeiro passo para reduzir a escalada da disputa tarifária.
“No geral, acredito que as notícias tendem a melhorar daqui para frente”, disse Jitania Kandhari, diretora de investimentos do grupo de soluções e multiativos da Morgan Stanley IM, em entrevista à Bloomberg TV.
“Mas, quanto ao impacto de longo prazo, ainda estamos observando o que isso significará para o crescimento econômico e a inflação.”
Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (29 de abril):
- Porsche revisa margem. A fabricante alemã projeta que sua margem de lucro caia para até 6,5%, abaixo do guidance anterior que era de pelo menos 10%. A companhia é uma das montadoras mais expostas às medidas comerciais do presidente dos EUA Donald Trump, pois não possui uma fábrica no país.
- Liberais vencem no Canadá. O partido do atual primeiro-ministro Mark Carney teve cerca de 43% dos votos válidos, mas pode ficar aquém das 172 cadeiras necessárias para obter a maioria na Câmara, o que significa que o governo pode ser forçado a trabalhar com outros partidos para aprovar orçamentos.
- Estratégia da Novartis. A companhia elevou suas perspectivas para o ano impulsionado por medicamentos para câncer de mama, esclerose múltipla e psoríase. A Novartis prometeu, no início deste mês, investir US$ 23 bilhões nos EUA nos próximos cinco anos como parte de um esforço para contornar as tarifas.

🔘 As bolsas ontem (28/04): Dow Jones Industrials (+0,28%), S&P 500 (+0,06%), Nasdaq Composite (+0,10%), Stoxx 600 (+0,53%), Ibovespa (+0,21%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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