Bloomberg — As ações europeias operam em alta nesta segunda-feira (28), enquanto os investidores se preparam para uma semana repleta de balanços financeiros importantes e mantêm a atenção voltada para sinais de avanço nas negociações comerciais.
Os movimentos bruscos do mercado provocados pelos anúncios de tarifas do presidente Donald Trump em 2 de abril diminuíram um pouco, mas os investidores estarão atentos aos balanços das principais empresas desta semana para avaliar o impacto das políticas comerciais dos EUA nos lucros.
Novas leituras sobre o estado da economia americana podem reforçar as esperanças de cortes nas taxas de juros do Federal Reserve antes do esperado.
“Em última análise, parece que estamos caminhando para um cenário em que essas políticas começam a fazer um pouco mais de sentido”, disse Themistoklis Fiotakis, chefe global de estratégia cambial do Barclays, à Bloomberg TV.
“Se isso começar a se configurar de forma que os mercados possam entender e quantificar, acho que as coisas vão se normalizar.”
O índice Stoxx 600 da Europa subiu 0,5%, impulsionado por notícias de fusões e aquisições na Itália, após o Mediobanca fazer uma oferta de € 6,3 bilhões (US$7,1 bilhões) pela unidade de gestão de patrimônio da seguradora italiana Assicurazioni Generali SpA.
Os contratos futuros do S&P 500 recuaram 0,3% após uma sequência de quatro dias de alta nas ações americanas, a mais longa desde janeiro.
O ouro caiu até 1,6%, à medida que traders desmancharam posições diante de sinais de que a valorização do metal pode ter ido longe e rápido demais.
Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos subiram três pontos-base, enquanto o dólar apagou os ganhos anteriores.
Quatro das chamadas Sete Magníficas — Microsoft, Apple, Meta Platforms e Amazon.com — devem divulgar seus balanços nesta semana.
Os analistas esperam que o grupo — que também inclui a Alphabet (controladora do Google) a Tesla e a Nvidia — apresente um crescimento médio de 15% nos lucros em 2025, uma previsão que pouco mudou desde o início de março, apesar do aumento nas tensões comerciais.
Os dados do relatório de empregos não agrícolas dos EUA, previstos para o final desta semana, podem colocar os “motores macroeconômicos gerais”, como a saúde da economia americana, ainda mais no radar dos investidores, afirmou Mahjabeen Zaman, chefe de pesquisa cambial do ANZ Group Holdings.
Os investidores estão atentos a qualquer sinal de progresso nas negociações comerciais dos EUA, depois que Trump sugeriu que outro adiamento para tarifas mais altas seria improvável.
As economias asiáticas, que enfrentam algumas das tarifas “recíprocas” mais altas dos EUA, estão liderando em relação às economias ocidentais nas negociações com o governo americano.
Para organizar os próximos passos, a equipe de Trump elaborou uma estrutura para conduzir negociações com cerca de 18 países, incluindo um modelo que define áreas comuns de preocupação para orientar as discussões.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (28 de abril):
- Exportações da China. As autoridades do país prometeram dar mais apoio aos exportadores afetados pelas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, incluindo planos para garantir que empresas em dificuldades obtenham empréstimos necessários para estimular o consumo interno.
- Consolidação nas farmacêuticas. A Merck avançou na aquisição da SpringWorks, que fabrica medicamentos para câncer e doenças raras. O valor da compra foi de cerca de US$ 3,9 bilhões, o que representa um prêmio de 26% em relação ao valor atual da SpringWorks em bolsa.
- Estratégia da Airbus. A fabricante europeia finalizou um acordo para assumir alguns ativos da Spirit Aero, o que abre caminho para que a fornecedora americana seja readquirida por sua antiga controladora, a Boeing. A Airbus receberá um pagamento de US$ 439 mi da Spirit para a operação.

🔘 As bolsas na sexta-feira (25/04): Dow Jones Industrials (+0,05%), S&P 500 (+0,74%), Nasdaq Composite (+1,26%), Stoxx 600 (+0,35%), Ibovespa (+0,12%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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