Ações na Europa caem mais de 2% com aversão ao risco e tarifas de Trump contra a China

“Está claro agora que o mercado de títulos dos EUA não é mais um porto seguro para os investidores”, disse Alexandre Baradez, principal analista de mercado da IG Markets

Ações globais ampliam perdas com tarifaço de Trump e aversão a riscos |
09 de Abril, 2025 | 07:02 AM

Bloomberg — As ações globais operam em queda nesta quarta-feira (9) com o sentimento de aversão a risco entre os investidores com o início da vigência das tarifas recíprocas e a nova pressão de Donald Trump sobre a China.

“Estamos claramente em uma fase de escalada da guerra comercial e os investidores simplesmente não têm nada a que se agarrar neste momento”, disse Alexandre Baradez, principal analista de mercado da IG Markets.

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“Está claro agora que o mercado de títulos dos EUA não é mais um porto seguro para os investidores, mas sim está pressionando os mercados de ações.”

O agravamento do conflito comercial — com Trump elevando as tarifas sobre a China para 104% — foi criticado por investidores como Bill Ackman e levou economistas do JPMorgan Chase e do Goldman Sachs a aumentar a probabilidade de uma recessão nos EUA.

Isso complicaria a resposta da política monetária do Federal Reserve, caso precise lidar com um pico inflacionário provocado pelas tarifas.

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Os investidores também estão preocupados com o risco de colapso em alguma parte da estrutura financeira, à medida que a volatilidade e o estresse aumentam nos mercados.

Ray Dalio, bilionário fundador da Bridgewater Associates, alertou para uma possível ruptura “única na vida” nas ordens monetária, política e geopolítica.

Esse debate se reflete no mercado de Treasuries, onde o título de dois anos, mais sensível à política monetária, está se saindo melhor em meio à especulação sobre cortes de juros. A liquidação dos títulos de prazo mais longo tem levantado dúvidas sobre o status da dívida do governo dos EUA como o ativo mais seguro do mundo.

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O rendimento do Treasury de 10 anos subiu cerca de sete pontos-base para 4,35%, acumulando alta de mais de 40 pontos-base nesta semana.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (9 de abril):

- KKR avança em aquisição em saúde. A empresa de private equity americana está próxima de adquirir a Karo Healthcare, em uma transação que pode avaliar a empresa sueca de saúde em mais de € 2,5 bilhões (US$ 2,8 bilhões), segundo pessoas familiarizadas que falaram à Bloomberg News.

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- Dívida do governo britânico. Os custos da dívida pública do Reino Unido subiram 17 pontos-base, para 5,51%, o nível mais alto desde 1998, à medida que o aumento dos rendimentos dos títulos de longo prazo dos EUA repercute globalmente. A libra caiu para o menor nível em um ano frente ao euro.

- Dona japonesa da 7-Eleven ajusta estimativas. A Seven & i Holdings projeta que o lucro operacional aumentará apenas 0,7%, para ¥424 bilhões (US$ 2,9 bilhões) nos 12 meses até fevereiro de 2026 — abaixo da estimativa média dos analistas de ¥ 459,6 bilhões.

Ações globais 09/04/25
🔘 As bolsas na sexta-feira (08/04): Dow Jones Industrials (-0,84%), S&P 500 (-1,57%), Nasdaq Composite (-2,15%), Stoxx 600 (+2,72%), Ibovespa (-1,32%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.