Bloomberg — As ações europeias operam em queda nesta quinta-feira (27) à medida que os EUA avançaram com tarifas sobre montadoras e ameaçaram impor tarifas comerciais ainda mais amplas, o que reforça a preocupação dos investidores com o impacto no crescimento econômico global.
O índice Stoxx 600 recuou 1% na abertura. A Stellantis, que fabrica o SUV Jeep Compass no México, caiu cerca de 6%, com perdas semelhantes na Mercedes-Benz e na BMW. Os futuros do S&P 500 caíram, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos subiram.
As rápidas mudanças nas sanções comerciais dos EUA, afetando tanto aliados quanto adversários do país, aumentam as preocupações do mercado sobre o impacto no comércio global e no crescimento econômico.
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Na quarta-feira, o presidente Donald Trump anunciou planos para impor uma tarifa de 25% sobre as importações de automóveis e sugeriu novas tarifas sobre a União Europeia e o Canadá, ampliando a guerra comercial e desencadeando ameaças de retaliação.
“Com os investidores associando as tarifas a riscos maiores de recessão, qualquer tipo de restrição comercial pode desencadear uma corrida inicial para a saída – o que estamos vendo na sessão de hoje”, disse Jun Rong Yeap, estrategista de mercado da IG Asia.
O dólar caiu em relação a todas as principais moedas do G-10, enquanto Trump minimizava as tarifas recíprocas. O ouro subiu em direção ao seu recorde histórico, sendo negociado próximo de US$ 3.035 por onça, impulsionado pela demanda por ativos de refúgio.
Enquanto isso, a União Europeia se prepara para uma grande rodada de tarifas que deve atingir o bloco já na próxima semana.
Entre as opções de retaliação, considera-se o uso de uma das ferramentas mais poderosas da política comercial da UE, o chamado instrumento anti-coerção.
Desde o primeiro mandato de Trump, a UE construiu um arsenal robusto de medidas – parcialmente em resposta às políticas do ex-presidente – que pode ser ativado para reagir às tarifas esperadas.
O presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, disse que não está claro se o impacto das tarifas será temporário e alertou que os efeitos secundários podem levar as autoridades a manter as taxas de juros estáveis por mais tempo.
“Embora consideremos que aumentos significativos nas tarifas dos EUA pesarão sobre a economia americana, não prevemos uma recessão nos EUA”, disse Carol Kong, estrategista do Commonwealth Bank of Australia.
“Dito isso, os participantes do mercado ainda podem precificar um risco maior de recessão nos EUA à medida que mais tarifas forem anunciadas”, o que impulsionará o dólar em relação às principais moedas, acrescentou ela.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (27):
- H&M abaixo das estimativas. A companhia registrou um lucro operacional de US$ 120 milhões, abaixo do esperado no primeiro trimestre, impactada pelo fortalecimento da coroa sueca e pelo aumento dos descontos em suas roupas. As caíram até 5,1% nas negociações iniciais em Estocolmo.
- Fundo de ex-Goldman. O Ariake Capital, um fundo hedge japonês fundado pelo ex-analista do Goldman Sachs, Katsunori Tanaka, está prestes a lucrar cerca de US$ 55 milhões com a venda de 20% de participação no banco Chiba Kogyo, segundo fontes consultadas pela Bloomberg News.
- Mercado tech aquecido. A OpenAI está perto de concluir uma rodada de financiamento de US$ 40 bilhões, liderada pelo SoftBank com investidores, segundo fontes familiarizadas com o assunto disseram à Bloomberg News. Se concretizada, essa será a maior rodada de financiamento da história.
🔘 As bolsas ontem (26/03): Dow Jones Industrials (-0,31%), S&P 500 (-1,12%), Nasdaq Composite (-2,04%), Stoxx 600 (-0,70%), Ibovespa (+0,34%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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