Ações globais voltam a cair com guerra comercial de Trump e balanço de big techs no radar

A receita da Alphabet no quarto trimestre ficou abaixo das expectativas dos analistas, o que levantou preocupações entre os investidores sobre os bilhões que a empresa investe em IA

NO RADAR DOS MERCADOS
05 de Fevereiro, 2025 | 06:46 AM

Bloomberg — As ações globais operam em queda nesta quarta-feira (5) enquanto investidores avaliam a guerra comercial de Trump e uma agenda cheia de balanços de big techs.

Os contratos futuros do Nasdaq 100 caíram 0,7% após a controladora do Google, a Alphabet, e a Advanced Micro Devices despencarem no pregão após o expediente.

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Na Europa, o índice Stoxx Europe 600 teve pouca variação, com as quedas das ações de tecnologia sendo compensadas pelos ganhos no setor de saúde, após uma orientação otimista da maior empresa listada da região, a Novo Nordisk.

O iene subiu em relação ao dólar, e o ouro atingiu um recorde histórico com a demanda por ativos de refúgio. O rendimento dos Treasuries de 10 anos caiu, e um índice de força do dólar ampliou as perdas, depois que as vagas de emprego nos EUA caíram em dezembro mais do que o previsto, atingindo o menor nível em três meses.

Embora os primeiros movimentos na nova guerra comercial entre EUA e China tenham deixado claro que Xi Jinping está adotando uma abordagem mais cautelosa do que durante o primeiro mandato de Donald Trump, os riscos tarifários continuam em destaque.

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Resultados da Alphabet e da AMD também aumentaram as preocupações sobre as perspectivas das gigantes de tecnologia.

A Amazon divulgará seus resultados na quinta-feira.

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“Continua difícil para qualquer pessoa ter um nível particularmente alto de convicção ao operar em um ambiente tão incerto”, disse Michael Brown, estrategista sênior de pesquisa do Pepperstone Group.

“Ainda prefiro adotar uma postura mais cautelosa no curto prazo, pois a incerteza permanece elevada, e os participantes analisam os eventos de risco restantes desta semana, incluindo os resultados da Amazon e o relatório de empregos dos EUA na sexta-feira.”

A receita da Alphabet no quarto trimestre ficou abaixo das expectativas dos analistas, após o crescimento de seu negócio de nuvem desacelerar, o que levantou preocupações entre os investidores sobre os bilhões que a empresa investe em inteligência artificial.

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A fabricante de chips AMD apresentou uma perspectiva decepcionante para sua divisão de data centers, um setor onde enfrenta dificuldades para alcançar a líder em computação para IA, a Nvidia.

“Os investidores esperam um crescimento anual dos lucros entre 9% e 22% para as Mag-7 nos próximos cinco anos, então o nível de expectativa é alto, e qualquer decepção nos resultados provavelmente levará a uma forte liquidação”, disse Jim Reid, chefe de estratégia de crédito para Europa e EUA no Deutsche Bank.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (5):

- Acordo auto em xeque. A Nissan teria desistido da fusão com a Honda, segundo informações do jornal Nikkei. Após sete semanas de negociações turbulentas, as empresas não teriam conseguido chegar a um consenso, de acordo com o jornal, que citou fontes não identificadas.

- Lucro da Nomura acima do esperado. Os rendimentos da corretora japonesa chegaram a ¥ 101,4 bilhões (US$ 661 milhões) nos três meses encerrados em 31 de dezembro. O resultado ficou acima do esperado pelos analistas, que projetavam ¥ 72,4 bilhões em lucros.

- Novo boom de Ozempic. A Novo Nordisk projeta que as vendas do seu remédio de diabetes Ozempic e do tratamento para obesidade Wegovy aumentem novamente este ano. A receita pode crescer entre 16% e 24%, projetou a empresa.

Ações globais 05/02/25
🔘 As bolsas ontem (04/02): Dow Jones Industrials (+0,30%), S&P 500 (+0,72%), Nasdaq Composite (+1,35%), Stoxx 600 (+0,22%), Ibovespa (-0,65%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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