Bloomberg — A Venezuela enviou alguns dos seus altos funcionários para a China em busca de investimentos em energia para impulsionar a economia antes das eleições presidenciais do próximo ano.
A vice-presidente Delcy Rodríguez e o ministro do Petróleo, Pedro Tellechea, chegaram a Xangai nesta terça-feira (5) como parte da delegação venezuelana mais importante a visitar o gigante asiático em cinco anos. A dupla está discutindo possíveis joint ventures entre a China e a estatal PDVSA, segundo duas pessoas com conhecimento direto do assunto.
O governo do presidente Nicolás Maduro tenta angariar mais dinheiro a partir da enorme riqueza petrolífera do país antes da sua esperada candidatura a um terceiro mandato presidencial no próximo ano.
A Venezuela possui as maiores reservas de petróleo bruto do mundo e a commodity representa cerca de 95% das receitas externas do país. No entanto as receitas foram afetadas nos últimos anos por uma combinação de má gestão, corrupção e sanções dos EUA.
Pequim e Caracas estão a reforçar os laços em um contexto de intensificação da rivalidade entre os EUA e a China em toda a região. A visita ocorre no momento em que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, tenta envolver as autoridades venezuelanas em negociações para suspender as sanções em troca de permitir eleições justas no próximo ano.
O Ministério do Petróleo da Venezuela tem trabalhado em estreita colaboração com os responsáveis da China National Petroleum (CNPC) em um canal renovado que eliminaria os intermediários e lhes permitiria enviar petróleo directamente, disse o ministro Tellechea em maio. A CNPC produz atualmente 80 mil barris por dia, metade do que costumava bombear em 2015, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A China tornou-se um credor chave para a Venezuela em 2007, quando forneceu pela primeira vez fundos para projetos de infra-estruturas e petróleo no governo do falecido presidente Hugo Chávez.
Os dados públicos indicam que Pequim emprestou mais de US$ 60 bilhões com o petróleo como garantia por meio de bancos estatais até 2015, atingindo um nível de investimento diplomático e financeiro incomparável em qualquer outro lugar da América Latina.
- Com a colaboração de Nicolle Yapur.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Venezuela de Maduro recebe nafta de Eni e Repsol para aliviar falta de combustível