Trump exige compromisso dos Brics com o dólar e ameaça impor tarifas de 100%

Presidente eleito dos EUA reagiu a discussão sobre uso de uma moeda alternativa pelo grupo de países emergentes e advertiu que dificultaria exportações ao mercado americano

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Bloomberg — O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, advertiu as nações dos Brics de que ele exige compromissos de que elas não criarão uma nova moeda que busque funcionar como uma alternativa ao uso do dólar e repetiu as ameaças de cobrar uma tarifa de importação de 100%.

“A ideia de que os países dos Brics estão tentando se afastar do dólar enquanto nós ficamos parados observando ACABOU”, disse Trump em uma postagem em sua rede social Truth neste sábado (30).

“Exigimos um compromisso desses países de que não criarão uma nova moeda dos Brics nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, caso contrário, enfrentarão tarifas de 100% e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia americana”, acrescentou.

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Em sua campanha, Trump prometeu que tornaria caro para os países se afastarem do dólar. E ameaçou usar tarifas para garantir que eles cumprissem a promessa. A ameaça de sábado ganhou nova relevância no momento em que o presidente eleito se prepara para assumir o poder em janeiro.

Defesa do dólar

Trump e seus assessores econômicos vêm discutindo maneiras de punir aliados e adversários que buscam se envolver em comércio bilateral em moedas diferentes do dólar.

Essas medidas incluem a consideração de opções como controles de exportação, taxas de manipulação de moeda e impostos sobre o comércio, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

Trump há muito tempo enfatiza que quer que o dólar americano continue sendo a moeda de reserva mundial, dizendo em uma entrevista em março à CNBC que ele “não permitiria que os países abandonassem o dólar” porque isso seria “um golpe para o nosso país”.

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As nações dos Brics - grupo formado por países do chamado “Sul Global” como Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, que deram origem ao acrônimo, e outros - discutiram a questão da redução da dolarização em uma reunião de cúpula em 2023.

A reação contra o domínio do dólar ganhou força desde 2022, quando os EUA lideraram os esforços para impor sanções econômicas à Rússia.

Os assessores econômicos de Trump e de sua campanha falaram em particular sobre o direcionamento do esforço dos Brics.

“Não há nenhuma chance de os Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dar adeus aos Estados Unidos”, disse Trump no sábado.

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O presidente eleito já agitou os mercados mundiais antes de seu segundo mandato com ameaças de impor tarifas adicionais de 10% sobre os produtos da China e tarifas de 25% sobre todos os produtos do México e do Canadá, se esses países não fizerem mais para conter o fluxo de drogas ilegais e migrantes sem documentos através das fronteiras dos EUA.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, reuniu-se com Trump na sexta-feira (29) para discutir questões comerciais e de fronteira, em uma tentativa de diminuir as tensões entre as duas nações aliadas após a ameaça de tarifas.

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