Trump escolhe ex-assessor da Casa Branca para o Conselho Econômico Nacional

Além de Hassett, Trump escolheu Jamieson Greer como Representante Comercial dos EUA; o cargo de Greer ainda precisa ser aprovado pelo senado americano

Com a nomeação de Kevin Hassett para dirigir o Conselho Econômico Nacional e Jamieson Greer como Representante Comercial dos EUA, Trump preencheu dois cargos importantes em sua equipe econômica (Foto: Nancy Cook, Saleha Mohsin, Jenny Leonard e Annmarie Hordern)
Por Nancy Cook - Saleha Mohsin - Jenny Leonard - Annmarie Hordern
27 de Novembro, 2024 | 09:01 AM

Bloomberg — O presidente Donald Trump nomeou Kevin Hassett para dirigir o Conselho Econômico Nacional e Jamieson Greer como representante comercial dos EUA, preenchendo dois cargos importantes em sua equipe econômica.

Em declarações feitas nesta terça-feira (27), Trump elogiou os dois homens, que terão influência direta sobre grande parte de sua agenda econômica.

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Hassett, cujo cargo não requer confirmação do Senado, provavelmente estará fortemente envolvido nos planos de Trump de reduzir impostos, enquanto o cargo de Greer, que ainda precisa ser confirmado pelo Senado, terá participação direta na visão expansiva de tarifas do presidente eleito.

Hassett "desempenhará um papel importante para ajudar as famílias americanas a se recuperarem da inflação que foi desencadeada pelo governo Biden. Juntos, renovaremos e melhoraremos nossos cortes recordes de impostos", disse Trump em um comunicado.

O presidente eleito disse que Greer se concentraria em "controlar o enorme déficit comercial do país, defender a manufatura, a agricultura e os serviços americanos e abrir mercados de exportação em todos os lugares".

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Greer é um protegido de longa data de Robert Lighthizer, que atuou por quatro anos como Representante de Comércio dos EUA de Trump e supervisionou bilhões em tarifas sobre aliados e adversários, como a China.

A escolha do presidente destaca o papel central que as tarifas desempenharão na agenda econômica de Trump, já que o novo presidente promete usar a política comercial para aumentar a receita do governo federal e pressionar as empresas a transferir empregos de fabricação para os EUA.

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Hassett também é um veterano da Casa Branca de Trump, tendo atuado anteriormente como assessor sênior de Trump e como presidente do Conselho de Assessores Econômicos. Ele é um defensor vigoroso das políticas tributárias do presidente eleito, que Trump prometeu renovar no ano que vem, quando muitos dos cortes expirarão.

Hassett e Greer ajudam a completar uma equipe econômica que Trump nomeou nos últimos dias. Na semana passada, o presidente eleito anunciou o gestor de fundos de hedge Scott Bessent como seu secretário do Tesouro e nomeou Howard Lutnick, da Cantor Fitzgerald, para liderar o departamento de Comércio, onde ele também estará fortemente envolvido na política comercial.

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Trump já começou a lançar seus planos políticos, com quase dois meses para o juramento de posse. Sua equipe indicou que a imposição de novas e abrangentes taxas de importação e a aprovação de uma lei de redução de impostos no Congresso serão prioridades imediatas do novo governo.

Na segunda-feira (26), Trump disse que pretendia impor taxas de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México e um adicional de 10% sobre os produtos chineses, o que agitou os mercados com suas primeiras ameaças específicas aos principais parceiros comerciais desde que conquistou a presidência há três semanas.

Trump, na campanha, também propôs renovar seus cortes de impostos de 2017 e prometeu uma longa lista de novas isenções de impostos para cortejar trabalhadores que recebem gorjetas, beneficiários da Previdência Social, compradores de carros e trabalhadores que recebem horas extras.

Ao mesmo tempo, ele prometeu reduzir o déficit orçamentário ao dar poder ao magnata da tecnologia Elon Musk para cortar US$ 2 trilhões em gastos e fazer a economia crescer, além de impor tarifas punitivas aos parceiros comerciais.

Durante seu mandato, Hassett frequentemente forneceu análises econômicas positivas que apoiavam as propostas comerciais de Trump e contestou estatísticas que prejudicavam as afirmações de Trump sobre o histórico econômico de seu governo. Seu escritório promoveu dados alternativos aos fornecidos pelo Congressional Budget Office, pelo Bureau of Labor Statistics e pelo Census Bureau.

Trump, em um comunicado à imprensa, elogiou o ex-chefe de Greer e o USTR de Trump no primeiro mandato, Lighthizer, como "um líder e uma pessoa espetacular", mas o ex-chefe de comércio - que foi amplamente visto como um dos candidatos a um cargo econômico no segundo mandato e fez muita pressão para se tornar a escolha do Tesouro - ainda não foi nomeado para um cargo na administração.

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