Taylor Swift anuncia voto em Kamala Harris e reforça apelo entre jovens e mulheres

Celebridade mais popular do mundo diz que escolheu a candidata democrata ‘porque ela luta pelos direitos e causas que eu acredito que precisam de uma guerreira para defendê-los’, em anúncio pós-debate

Taylor Swift anuncia apoio a Kamala Harris para presidente após o primeiro debate entre os dois candidatos nos EUA
Por Jennifer Epstein - Akayla Gardner
11 de Setembro, 2024 | 11:41 AM

Bloomberg — Taylor Swift anunciou seu apoio a Kamala Harris na noite de terça-feira (10), minutos depois que a candidata democrata à presidência encerrou seu primeiro debate contra o rival republicano Donald Trump.

A medida alinha Harris a uma força singular no mundo da música e oferece um reforço ao seu apoio entre os eleitores mais jovens e do sexo feminino, bem como entre as pessoas LGBTQIA+.

Cientes de seu potencial para mobilizar os eleitores, os democratas especularam durante meses sobre a possibilidade de Swift oferecer seu apoio à chapa.

Chamando a si mesma de “uma mulher sem filhos e com gatos” (tradução para “childless cat lady”), um termo usado pelo vice da chapa de Trump, JD Vance, para depreciar mulheres sem filhos, Swift anunciou seu apoio em uma postagem no Instagram com uma foto dela com um gato nos braços.

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Swift disse que vai votar em Harris “porque ela luta pelos direitos e causas que eu acredito que precisam de uma guerreira para defendê-los”.

“Acho que ela é uma líder talentosa e de mão firme e acredito que podemos realizar muito mais neste país se formos liderados pela calma, e não pelo caos”, acrescentou.

A principal ídolo do mundo pop da atualidade, com 283 milhões de seguidores no Instagram, também elogiou a escolha do governador de Minnesota, Tim Walz, como companheiro de chapa, dizendo que estava “animada e impressionada” com um candidato “que tem defendido os direitos LGBTQ+, a fertilização in vitro e o direito da mulher ao seu próprio corpo há décadas”.

A equipe de Harris agiu rapidamente para capitalizar o endosso de Swift. Quentin Fulks, seu vice-diretor de campanha, disse que o endosso "significa muito para nós".

“É a Taylor Swift. Respeitamos seu apoio, e é óbvio que ela estava observando e prestando atenção esta noite”, disse Fulks.

A campanha compartilhou o apoio de Swift em suas contas de mídia social e começou a fazer encomendas de pulseiras da amizade Harris-Walz, uma referência aos presentes que os fãs de Swift trocam em seus shows.

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Walz disse que está “incrivelmente grato” pelo apoio de Swift em uma aparição na MSNBC e pediu a seus fervorosos fãs que se juntem a ela para apoiar a chapa. “Swifties, KamalaHarris.com. Vão até lá. Ajudem-nos. Façam as coisas acontecerem”, disse ele.

Os fãs obsessivos da superestrela pop têm examinado de perto suas contas nas redes sociais e aparições públicas em busca de sinais de sua lealdade na eleição.

Swift apoiou o presidente Joe Biden e Harris em 2020 e, ao longo de sua carreira, fez várias outras declarações públicas em favor de políticos democratas.

O grande número de seguidores de Swift cresceu no ano passado, quando ela fez uma turnê por todo o país e internacionalmente e tocou em estádios esportivos com ingressos esgotados; e quando começou um namoro com a estrela de futebol americano Travis Kelce, do atual campeão da NFL, Kansas City Chiefs.

O sucesso de sua turnê Eras a levou a se tornar a mais jovem bilionária independente dos Estados Unidos no ano passado, aos 33 anos, de acordo com uma análise do Bloomberg Billionaires Index.

Revés para Trump

Swift disse na terça que se sentiu motivada a falar depois de saber que Trump usou suas contas de mídia social para compartilhar imagens de inteligência artificial que faziam parecer que ela o estava apoiando.

“Isso realmente evocou meus temores em relação à IA e aos perigos de espalhar desinformação”, disse ela. Isso também a levou a concluir “que eu preciso ser muito transparente sobre meus planos reais para esta eleição“.

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Trump havia cortejado ativamente o apoio de Swift, se auto-elogiando pela sua assinatura como presidente da Lei de Modernização da Música, que visava proteger os direitos autorais dos músicos, uma questão pela qual a estrela pop tem sido uma defensora declarada.

“Joe Biden não fez nada por Taylor e nunca fará. Não há como ela endossar Joe Biden, o pior e mais corrupto presidente da história do nosso país, e ser desleal com o homem que lhe rendeu tanto dinheiro”, escreveu Trump em fevereiro - quando Biden estava no topo da chapa democrata - no Truth Social, a plataforma de mídia social da qual ele é proprietário.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, alertou Trump para não criticar o apoio de Swift.

“Não menospreze esse apoio”, disse Newsom, falando aos repórteres. “Ela é um ícone cultural. Algo grande aconteceu no mundo em termos da energia e da vibração a que ela está associada, do otimismo a que ela está associada.”

Swift também programou seu apoio para 2020 para um debate, anunciando-o depois que Harris enfrentou o então vice-presidente Mike Pence.

“É tão oportuno que o anúncio tenha sido feito na noite do debate do vice-presidente. Vou assistir e apoiar @KamalaHarris gritando muito com a TV”, escreveu ela naquele ano em um post no X, então conhecido como Twitter. “E também tenho biscoitos personalizados”, acrescentou, referindo-se às sobremesas com os nomes dos candidatos democratas.

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Ela entrou pela primeira vez no discurso político deste ano com um post incentivando os fãs a votarem nas primárias da Super Terça de 5 de março.

Ela vem enfrentando uma dura reação dos fãs pró-Harris, incluindo alguns que se autodenominam “Swifties for Kamala”, desde domingo (8), quando foi fotografada abraçando Brittany Mahomes, esposa de um dos colegas de equipe de Kelce, o quarterback Patrick Mahomes, no US Open de tênis.

Em agosto, Brittany Mahomes curtiu uma postagem de Trump no Instagram que incluía uma lista de 20 questões que ele quer priorizar em um segundo mandato.

Swift fez seu primeiro endosso público em 2018, quando apoiou o democrata Phil Bredesen na disputa por uma vaga no Senado do Tennessee contra a republicana Marsha Blackburn.

Ela se referiu a Blackburn, que venceu a disputa, como “Trump de peruca” em um documentário de 2020, criticando as posições do legislador sobre proteções de direitos civis para casais homossexuais, remuneração das mulheres e legislação contra a violência doméstica.

- Com a colaboração de María Paula Mijares Torres.