Bloomberg — Tarifas de 60% sobre todos os produtos chineses nos Estados Unidos reduziriam pela metade a taxa de crescimento anual do país asiático, segundo uma análise do UBS que destaca os riscos para Pequim se o ex-presidente Donald Trump retornar à Casa Branca.
No início deste ano, o Washington Post informou que Trump estaria considerando adotar uma tarifa única para bens importados da China, e em uma entrevista à Fox News ele disse que ela poderia ser mais alta ainda.
Se a uma taxa dessa magnitude fosse adotada, o ritmo de expansão do PIB chinês seria reduzido em 2,5 pontos porcentuais no ano seguinte, de acordo com um relatório de economistas do UBS.
A meta de crescimento atual do país é de cerca de 5%, após uma expansão de 5,2% em 2023.
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A previsão do banco suíço pressupõe que parte do fluxo comercial seria desviado através de outros países, que a China não retaliaria e que outras nações não se juntariam aos EUA na imposição da tarifa única elevada.
Metade do impacto sobre o crescimento viria da queda nas exportações, enquanto o resto viria do efeito sobre o consumo e o investimento, segundo os economistas.
“Com o tempo, possivelmente mais exportações através de outros países e produção em outras economias poderiam ajudar a reduzir o impacto das tarifas mais elevadas nos EUA, mas também existe o risco de outros países aumentarem suas tarifas sobre as importações provenientes da China”, disseram os economistas liderados por Wang Tao.
O UBS prevê que a China cresça 4,6% no ano que vem e 4,2% em 2026. Essa taxa seria reduzida para 3% em ambos os anos mesmo com medidas de estímulo para tentar neutralizar o efeito das tarifas, estimaram.
O governo poderia utilizar medidas fiscais e flexibilizar a política monetária para mitigar o impacto de um aumento drástico das tarifas comerciais.
O Banco Central chinês poderia permitir que o yuan se desvalorize entre 5% e 10%, escreveram os economistas.
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