Summers vê ‘chance significativa’ de que próxima ação do Fed seja de alta dos juros

Afirmacão vem na esteira de dados acima do esperado em janeiro nos índices de preços ao consumidor e aos produtores dos EUA

O ex-secretário do Tesouro dos EUA Lawrence Summers
Por Christopher Anstey
16 de Fevereiro, 2024 | 04:33 PM

Bloomberg — O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Lawrence Summers disse que as persistentes pressões inflacionárias evidentes nos últimos dados sugerem que há chance de que o próximo movimento de política do Federal Reserve seja o de um aumento das taxas de juros – e não a redução delas.

“Existe uma chance significativa - talvez de 15% - de que o próximo movimento seja de aumento das taxas, não de diminuição”, disse Summers em entrevista à Bloomberg TV. “O Federal Reserve terá que ser muito cuidadoso.”

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A afirmacão de Summers vem na esteira de dados acima do que o esperado nos índices de preços ao consumidor e aos produtores de janeiro, o que levou traders a reduzirem as apostas em cortes nas taxas de juros do Fed nos próximos meses.

Um importante subsetor dos preços de serviços avançou ao maior ritmo em quase dois anos, segundo a divulgação do CPI na terça-feira (13).

“É sempre um erro superinterpretar o número de um mês - e isso é especialmente verdadeiro em janeiro, onde o cálculo da sazonalidade é difícil”, disse Summers, professor da Universidade de Harvard e colaborador remunerado do Bloomberg TV.

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“Mas acho que precisamos reconhecer a possibilidade de uma mini-mudança de paradigma.”

Ele observou que uma grande expectativa entre os economistas há algum tempo tem sido a de que os custos habitacionais se tornariam um fator deflacionário significativo nas medidas de preços gerais, o que ainda não ocorreu.

Excluindo os dados de aluguel, o custo de habitação não apresenta um quadro deflacionário e pode manter as pressões de preços até o final de 2024, disse Summers.

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Setor continua a ser uma das maiores pressões sobre a inflação elevada nos EUA

“Essa não é a única indicação perturbadora”, disse ele. Outra recai sobre os preços de serviços básicos - que excluem os custos com alimentos e energia - excluindo a habitação, que foram impulsionados por salários mais altos. “Parece que o núcleo explodiu em janeiro”, disse ele, referindo-se a essa medida.

O CPI subiu 3,9% em janeiro em relação ao ano anterior, bem abaixo do pico de 6,6% em 2022 e acima dos níveis que seriam consistentes com a meta de 2% do Fed.

“A suposição de que a inflação estava indo para 2% em uma economia real tranquila e saudável certamente foi questionada por esses dados desta semana”, disse Summers.

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Quanto ao momento em que o Fed pode cortar as taxas, afirmou: “Maio está praticamente fora de cogitação nesse momento”.

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