Rússia prevê subir impostos para ricos e empresas diante de gastos com guerra

Despesas com defesa e segurança como proporção do PIB se aproximam de níveis não vistos desde a Guerra Fria com a então União Soviética; pacote pode gerar US$ 29 bi em receita extra

Vladimir Putin
Por Bloomberg News
28 de Maio, 2024 | 07:23 PM

Bloomberg — O governo da Rússia, do presidente Vladimir Putin, anunciou planos para aumentar os impostos sobre empresas e indivíduos ricos, à medida que a invasão da Ucrânia pressiona as finanças públicas.

O plano do Ministério das Finanças prevê um novo imposto de renda progressivo. Além disso, a alíquota do imposto sobre lucros corporativos subiria dos atuais 20% para 25%, a partir de 2025 informou a Interfax, a principal agência de notícias da Rússia. As taxas de extração de minério de ferro, potássio e fertilizantes fosfatados também devem aumentar.

O pacote completo arrecadaria um adicional de 2,6 trilhões de rublos (US$ 29,4 bilhões) em 2025, com mais da metade desse valor vindo do aumento do imposto sobre lucros corporativos, segundo a Interfax.

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O Ministério das Finanças disse em um comunicado que as propostas foram submetidas ao gabinete e poderiam ser aprovadas na Câmara baixa do Parlamento antes do recesso de verão no hemisfério norte.

O imposto de renda pessoal progressivo afetaria cerca de 2 milhões de pessoas, ou 3,2% da força de trabalho total, disse o ministro das Finanças, Anton Siluanov, em um comunicado.

As alíquotas devem variar dos atuais 13% para quem ganha até 2,4 milhões de rublos (cerca de US$ 27.000) por ano até 22% para aqueles que excedem 50 milhões de rublos (US$ 565 mil).

A Rússia tem operado com um déficit orçamentário desde o final de 2022, como reflexo dos altos custos da invasão da Ucrânia por ordem de Putin em fevereiro daquele ano.

Os gastos com o Ministério da Defesa e o setor de segurança da Rússia se aproximam de 6,7% do Produto Interno Bruto, atingindo níveis semelhantes aos alcançados pela então União Soviética no auge da Guerra Fria nos anos 1980, disse o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov no início deste mês, segundo a Interfax.

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