Bloomberg Línea — Em 1º de junho de 2023, Fernando Villavicencio anunciou em suas redes sociais sua chapa para as eleições antecipadas, marcadas para 20 de agosto, junto com Andrea Belén González Nader.
E é ela quem substituirá Villavicencio – morto a tiros na semana passada em Quito – na disputa eleitoral, conforme anunciado neste sábado (12) por seu partido, o Movimiento Construye.
Naquele momento, Villavicencio descreveu sua companheira de chapa como uma “jovem guayaquilenha, apaixonada pela vida e pela natureza”, que o acompanharia neste “iluminado desafio”.
Com 36 anos, a candidata a vice-presidência é uma ativista política e engenheira em Gestão Tecnológica com ênfase em Meio Ambiente pela Universidade do Pacífico Escola de Negócios. Além disso, ela já participou de processos eleitorais anteriores como candidata a deputada nacional e vice-prefeita de Guayas.
Ao longo de sua carreira, ela também atuou como diretora e fundadora da EcoVerde; consultora em Comunicação Ambiental para empresas privadas, públicas e ONGs; diretora de Projetos na Ipomea Collab; e especialista ambiental no Governo Autônomo Descentralizado Municipal de Guayaquil.
Em uma entrevista publicada em 3 de julho no jornal El Universo, González Nader contou que conhecia Villavicencio há vários anos. “Ele como jornalista, eu como ativista ambiental, lutando pela mesma causa, a liberdade e os direitos dos outros. Nos encontramos pela primeira vez na campanha de 2020-2021 para sermos deputados nacionais.”
“Ele vem da esquerda, eu venho sem essas bandeiras pela minha geração, na qual é difícil encontrar pessoas que se classifiquem dessa maneira. Eu estava em segundo lugar na lista com ele, no movimento Concertação de César Montúfar. Foi lá que se criou o Gente Buena, que é o movimento civil ao qual nós dois pertencemos, e com o qual ingressamos no Construye. Ele luta contra a corrupção, eu tenho a bandeira do desenvolvimento sustentável”, contou.
O país está passando por momentos sombrios devido ao assassinato de Villavicencio, aos 59 anos, na quarta-feira (9), após sair de um comício político na escola Anderson, na capital equatoriana.
“Quero Fê, não tenho palavras. Você terá sua rua com seu nome em Alausí, isso e muito mais. Tiraram de nós nosso presidente corajoso. Estou devastada. O Equador não merece perder você assim”, disse González Nader.
Em meio ao luto, a liderança do Construye terá que nomear um substituto. O artigo 112 do Código da Democracia detalha que, “se um candidato ou candidata à uma eleição popular falecer ou estiver em situação de incapacidade física, mental ou legal comprovada antes das respectivas eleições, a organização política ou aliança que patrocina essa candidatura poderá substituir por outro candidato da mesma organização ou aliança”.
No entanto, a foto e o nome de Villavicencio permanecerão na cédula de votação, uma vez que a impressão da cédula foi concluída no final de julho, como confirmou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na época.
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