Bloomberg — O presidente Vladimir Putin disse que a Rússia está pronta para conversar com os EUA sobre a guerra na Ucrânia, ao mesmo tempo em que parabenizou Donald Trump por sua posse como presidente.
“Parabenizamos o presidente eleito dos EUA por sua posse”, disse Putin na segunda-feira (20) em uma reunião televisionada de seu conselho de segurança antes da posse em Washington.
A Rússia saudou o desejo de Trump de restaurar os contatos diretos e suas declarações sobre a necessidade de evitar uma terceira guerra mundial, disse ele.
“Estamos abertos ao diálogo com a nova administração dos EUA sobre o conflito ucraniano”, disse Putin.
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“Seu objetivo não deve ser uma trégua curta, não algum tipo de trégua para reagrupar forças e rearmamento com o objetivo de posteriormente continuar o conflito, mas uma paz de longo prazo baseada no respeito aos interesses legítimos de todas as pessoas, todas as nações que vivem nesta região.”
Trump disse no início deste mês que uma reunião com Putin está sendo preparada e levantou a perspectiva de que ele poderia pressionar para iniciar negociações para cumprir sua promessa de pôr um fim rápido à guerra na Ucrânia.
Os dois líderes ainda não se falaram diretamente desde que Trump foi eleito presidente em novembro.
Putin geralmente realiza reuniões televisionadas de seu conselho de segurança na sexta-feira. A decisão de transmitir os comentários de Putin na segunda-feira, horas antes da posse de Trump, sublinhou o desejo do Kremlin de estabelecer relações com o novo presidente e tentar obter vantagem em qualquer negociação.
O momento foi escolhido para permitir que o Kremlin reforçasse a mensagem de que é pragmático e amigável com Trump, de acordo com Tatiana Stanovaya, membro sênior do Carnegie Russia Eurasia Center. É importante que o presidente tenha falado sobre paz, e não sobre um cessar-fogo, disse ela por telefone à Bloomberg News.
"Putin acha que uma janela de oportunidade está se abrindo e ele quer usá-la 150%", disse Stanovaya.
Aberto a negociações
Putin tem dito repetidamente que está aberto a conversas sobre um acordo para a guerra russa que já dura quase três anos, mesmo quando ele também insiste que não abrirá mão dos territórios que seu exército tomou no leste e no sul da Ucrânia desde que ordenou a invasão em grande escala.
Com as forças russas avançando constantemente no campo de batalha, é provável que o Kremlin adote uma linha dura em qualquer negociação.
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A Rússia exigirá que a Ucrânia abandone sua ambição de se juntar à aliança da OTAN e se torne um estado neutro com um exército limitado em qualquer conversa com Trump, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Até o momento, Trump não delineou publicamente como pretende trazer Putin e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy para a mesa de negociações.
Zelenskiy sinalizou em uma entrevista à mídia polonesa na semana passada que a guerra, que começou em fevereiro de 2022, tem mais probabilidade de terminar neste ano devido ao domínio de Trump sobre a Rússia. “Trump realmente quer acabar com a guerra”, disse ele. “Ele é capaz de exercer pressão e influenciar a Rússia.”
Os assessores de Trump elaboram uma ampla estratégia de sanções para facilitar um acordo diplomático entre a Rússia e a Ucrânia nos próximos meses, disseram pessoas familiarizadas com o assunto na semana passada.
Um conjunto de recomendações de políticas - se o governo Trump acreditar que uma solução para a guerra está à vista - envolve algumas medidas de boa-fé para beneficiar os produtores de petróleo russos sob sanção que poderiam ajudar a fechar um acordo de paz, disseram as pessoas.
Uma segunda opção se basearia nas sanções, aumentando ainda mais a pressão para aumentar o poder de influência.
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