Bloomberg — O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, amplamente visto como um candidato a se tornar o próximo líder do país, morreu em um acidente de helicóptero no domingo (19).
Sua morte, juntamente com a do ministro das Relações Exteriores Hossein Amirabdollahian, foi anunciada pela mídia estatal na manhã desta segunda-feira (20), após os socorristas passarem horas tentando localizar e alcançar o local do acidente em uma parte montanhosa do noroeste do Irã.
Raisi estava retornando de um evento na fronteira com o Azerbaijão em um grupo de três helicópteros quando sua aeronave caiu com nove pessoas a bordo, todas as quais morreram.
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Havia uma densa névoa na região, dificultando as condições para as equipes de resgate. A TV iraniana mostrou um helicóptero acidentado com apenas a cauda intacta. Os outros dois helicópteros pousaram em segurança.
O presidente de 63 anos era um clérigo ultraconservador e próximo ao líder supremo, Ayatollah Ali Khamenei, de 84 anos, que tem a palavra final sobre a estratégia estrangeira e militar do Irã.
O acidente ocorre em um momento de turbulência no Oriente Médio, com a guerra em Gaza entre Israel e o Hamas em curso. O conflito tem aproximado o Irã, que apoia o grupo militante islâmico, e Israel de um conflito total.
Isso levou outros grupos apoiados por Teerã, incluindo os Houthis no Iêmen e milícias xiitas no Iraque, a atacar navios ao redor do Mar Vermelho e bases americanas.
Eleições Presidenciais
Raisi deve ser sucedido pelo vice-presidente Mohammad Mokhber, que representou o Irã em muitas viagens recentes ao exterior e que, como muitos funcionários iranianos de alto escalão, está sujeito a sanções dos EUA.
As eleições provavelmente serão realizadas dentro de 50 dias, conforme a constituição, e a maioria dos analistas do Irã duvida que haverá muitas mudanças na política até, ou mesmo após, as eleições.
“É muito provável que a liderança do regime, incluindo Khamenei, trabalhe para gerenciar uma eleição presidencial para garantir que um substituto adequado suceda Raisi, mantendo candidatos reformistas ou moderados fora, como tem sido a prática desde 2021,” disse Gregory Brew, analista da consultoria de risco geopolítico Eurasia Group.
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