Bloomberg Línea — O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que o “staff” do banco central, que é independente dos integrantes que tomam as decisões de política monetária, não prevê mais um cenário de recessão na economia americana neste ano. Ele também descartou um cenário de corte de juros até dezembro, como esperado por uma parte do mercado.
“Estaremos confortáveis em cortar as taxas quando nos sentirmos confortáveis em fazê-lo. Isso não será neste ano, eu não acho [que será]”, disse Powell na entrevista coletiva depois da reunião do Fed em que as taxas foram elevadas em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 5,25% a 5,50%, o mais alto patamar em 22 anos.
“Muitas pessoas precificaram cortes de juros para o próximo ano” nas projeções do Fed de junho. “Esse será apenas um julgamento que teremos que fazer – daqui a um ano.”
Powell também fez alertas à inflação ainda elevada nos Estados Unidos e deixou a porta aberta para mais um aumento nos juros.
“Elevação de juros em setembro é possibilidade, assim como manutenção”, disse Powell em respostas a jornalistas.
De acordo com ele, não há qualquer decisão já tomada sobre o próximo movimento dos juros, e as definições acontecem de reunião em reunião. O que vai decidir o movimento serão os dados, segundo o presidente.
Powell citou a inflação, o mercado de trabalho e a atividade econômica americana como fatores que precisam ser considerados. Para ele, a inflação indica melhora com o índice CPI de junho abaixo do esperado, mas seria apenas um dado adicional que é observado.
“Continuaremos a olhar dados para determinar se um novo aperto será apropriado”, disse.
O monitoramento do CME Group aponta nesta tarde que 79,1% das apostas são de manutenção do juro no intervalo entre 5,25% e 5,5% na reunião de setembro.
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