Bloomberg — Os americanos mais jovens não têm economias suficientes para cobrir um único mês de despesas, o que mostra um sinal de vulnerabilidade caso os Estados Unidos entrem em recessão.
Os membros da chamada Geração Z - pessoas nascidas depois de 1995 - gastaram, em média, o dobro do valor que tinham em poupança em fevereiro, de acordo com análise do Bank of America Institute baseada em dados internos de contas e cartões divulgada na sexta-feira (14).
A proporção aumentou nos últimos dois anos e é muito maior do que a de outras gerações.
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Em parte, isso se deve ao fato de que os consumidores da Geração Z, muitos dos quais ainda ocupam cargos iniciantes e ganham menos do que seus colegas mais velhos, tendem a gastar uma parcela maior de sua renda em necessidades como aluguel e serviços públicos.
Mas eles também têm maior probabilidade de gastar em categorias discricionárias, como viagens e entretenimento.
Os gastos com itens não essenciais entre esse grupo da população aumentaram mais de 25% em relação ao ano anterior - substancialmente acima da taxa geral.
Embora o relatório aponte que os trabalhadores da Geração Z ainda estão obtendo ganhos salariais robustos em comparação com os grupos mais velhos, ele mostra um ponto de vulnerabilidade à medida que a confiança das famílias sobre a economia diminuem.
Após anos de inflação persistente, juros mais altos e diminuição da poupança acumulada na pandemia, as opiniões sobre sua situação financeira atual diminuíram drasticamente este ano.
Entre todas as famílias dos Estados Unidos, as expectativas para as finanças daqui a um ano caíram para o nível mais baixo de todos os tempos, de acordo com um relatório da Universidade de Michigan divulgado na sexta-feira.
Preocupações com a carreira
Economistas e autoridades têm prestado muita atenção em como esse pessimismo crescente afetará o consumo - o principal motor da economia dos Estados Unidos.
Os americanos deram uma pausa nos gastos no início do ano, e alguns varejistas alertam para uma demanda mais fraca no futuro.
O relatório do Bank of America também apontou para uma piora no mercado de trabalho para os americanos mais jovens.
O número de famílias da Geração Z que recebem auxílio-desemprego aumentou em quase um terço no ano passado - o maior avanço entre todas as gerações.
O relatório também observou que, com o aumento do subemprego, isso poderia ter efeitos de longo prazo na carreira desse grupo.
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