Bloomberg — O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. disse que criaria um “External Revenue Service” (Serviço de Receita Externa), órgão equivalente à receita federal encarregado de cobrar tarifas sobre as importações estrangeiras. Esta é a mais recente indicação de que o republicano pretende cumprir suas promessas de impor taxas comerciais abrangentes quando assumir o cargo.
“Criarei o SERVIÇO DE RECEITA EXTERNA para cobrar nossas tarifas, impostos e todas as receitas provenientes de fontes estrangeiras”, disse Trump em uma publicação em sua rede social Truth na terça-feira (14).
"Começaremos a cobrar daqueles que ganham dinheiro conosco com o comércio, e eles começarão a pagar, FINALMENTE, sua parte justa. 20 de janeiro de 2025 será a data de nascimento do Serviço de Receita Externa", acrescentou.
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O presidente eleito não forneceu detalhes sobre se ele planejava criar uma nova agência governamental ou se sua proposta era, em grande parte, um exercício de branding para funções governamentais existentes.
Atualmente, as tarifas são cobradas pela Alfândega e Proteção de Fronteiras, cujos agentes analisam a documentação, realizam auditorias e cobram impostos e multas, sendo o dinheiro depositado no Fundo Geral do Departamento do Tesouro.
Mas as declarações ressaltam o desejo de Trump de enquadrar as tarifas sobre as importações estrangeiras como uma forma de compensar os custos de sua agenda política que, de outra forma, seriam diretamente arcados pelos contribuintes.
Promessa de campanha
Trump foi eleito com base em promessas de cobrar tarifas tanto de aliados quanto de adversários, apresentando-as como ferramentas para gerar mais receita para os EUA e obrigar as empresas a trazer de volta os empregos na indústria - além de compensar o déficit crescente.
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Durante a campanha, Trump propôs tarifas mínimas de 10% a 20% sobre todos os produtos importados e 60% ou mais sobre as remessas da China. Em novembro, ele também prometeu atingir o Canadá, o México e a China com taxas adicionais se esses países não fizessem mais para ajudar a proteger as fronteiras dos EUA e impedir o fluxo de migrantes sem documentos e drogas ilícitas.
A maioria dos economistas alerta que as ameaças de tarifas de Trump podem aumentar os preços para os consumidores dos EUA - exacerbando a ansiedade do público em relação à inflação -, redirecionar ou reduzir os fluxos comerciais e não gerar a receita prevista pelo presidente eleito.
Embora Trump tenha conquistado o apoio de muitos executivos de Wall Street e líderes corporativos, a incerteza sobre seus planos de instituir tarifas abalou os mercados e a comunidade empresarial.
Os membros da nova equipe de Trump têm discutido o aumento lento das tarifas mês a mês, uma abordagem que visa aumentar sua influência nas negociações com outros países e, ao mesmo tempo, evitar um aumento da inflação, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Essa proposta está em seus estágios iniciais e ainda não foi apresentada a Trump, disseram as pessoas.
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