Bloomberg — Os preços dos imóveis na China caíram em um ritmo mais rápido em agosto, o que ressalta o efeito deflacionário do último plano de resgate imobiliário.
Os preços de imóveis novos em 70 cidades, excluindo moradias subsidiadas pelo estado, caíram 0,73% em relação a julho, após um declínio de 0,65% no mês anterior, mostraram os números do National Bureau of Statistics no sábado (14). Os valores de imóveis usados caíram 0,95%, em comparação com um declínio de 0,8% no mês anterior.
Os números destacam a luta de Pequim para conter a crise imobiliária em um momento em que as pressões deflacionárias estão aumentando o pessimismo da economia. Os esforços para estimular a demanda doméstica fizeram pouco para reavivar o mercado imobiliário, colocando em risco a meta de crescimento do governo e forçando os economistas a pedir estímulos adicionais.
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A queda prolongada nos valores dos imóveis impediu os compradores de desembolsar dinheiro enquanto esperam por novas quedas de preços.
“Ainda há uma pressão substancial para que os preços de casas novas continuem caindo”, disse Chen Wenjing, diretor de pesquisa da China Index Holdings. “Na movimentada temporada de outono que se aproxima, apenas algumas cidades grandes provavelmente verão as atividades de compra de casas aumentarem.”
Os formuladores de políticas tomaram medidas para aumentar a demanda dos compradores de casas este ano, incluindo a redução dos custos de empréstimos hipotecários e o alívio das restrições às compras. No entanto, os sinais de uma recuperação das vendas em junho provaram ser de curta duração, pois os compradores de imóveis previram que os preços das casas novas cairiam ainda mais.
A campanha de Pequim para comprar casas não vendidas para aliviar o excesso de oferta tem registrado uma implementação lenta, impulsionada em grande parte pela economia pouco atraente do plano para os governos locais.
“As vendas de imóveis permaneceram mais fracas do que o esperado apesar do apoio do governo”, disse Raymond Cheng, chefe de pesquisa imobiliária da China na CGS International Securities Hong Kong. “Se o problema não for resolvido, a queda dos preços dos imóveis e dos volume de transações vai permanecer.”
As ações das incorporadoras chinesas caíram ainda mais para um mercado já em baixa, com o indicador da Bloomberg Intelligence caindo mais de 40% em relação à alta de meados de maio.
A China está pronta para cortar as taxas de juros de mais de US$ 5 trilhões em hipotecas pendentes já neste mês, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Bloomberg esta semana, enquanto o governo acelera o estímulo ao consumo.
O movimento, no entanto, terá impacto direto “mínimo” no mercado imobiliário, mesmo que ajude a renda e o consumo das famílias, de acordo com Cheng, da CGS.
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