Bloomberg — O crescimento econômico dos Estados Unidos teve um impulso inesperado no segundo trimestre em meio a gastos do consumidor mais fortes do que o previsto e investimentos robustos das empresas.
O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou a uma taxa anualizada de 2,4%, após um ritmo de 2% nos três meses anteriores, conforme mostrou a estimativa inicial do Departamento de Comércio americano nesta quinta-feira (27). Os gastos do consumidor aumentaram a um ritmo de 1,6%, após uma forte alta no início do ano.
A expectativa em pesquisa da Bloomberg com economistas era de expansão de 1,8%. Já a métrica preferida de inflação subjacente do Federal Reserve (Fed) avançou a um ritmo menor do que o esperado, de 3,8%.
A economia dos EUA está em melhor forma do que os economistas esperavam alguns meses atrás. Enquanto os analistas estão divididos sobre as chances de uma recessão, um mercado de trabalho forte, gastos sólidos do consumidor e agora uma inflação em declínio alimentaram a esperança de que os EUA evitarão uma desaceleração econômica.
O “staff” do Federal Reserve não está mais prevendo uma recessão, disse o presidente Jerome Powell na quarta-feira (26), depois que o banco central elevou as taxas de juros em 0,25 ponto percentual.
Ainda assim, há desafios persistentes, com a taxa de juros do Fed em seu nível mais alto em 22 anos e alguns sinais de pressão sobre o consumidor emergindo.
O índice de preços das despesas de consumo pessoal cresceu a uma taxa anualizada de 2,6% no período de abril a junho, a menor alta desde os últimos meses de 2020. Excluindo alimentos e energia, o índice aumentou no ritmo mais lento em mais de dois anos. Os dados de junho serão divulgados na sexta-feira (28).
A força contínua do mercado de trabalho continua sendo uma fonte importante de apoio para a economia.
Outros dados divulgados nesta quinta-feira mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego recuaram para o nível mais baixo desde o final de fevereiro. As reivindicações contínuas, que podem oferecer informações sobre a rapidez com que os americanos desempregados conseguem encontrar um novo emprego, também diminuíram.
-- Com a colaboração de Kristy Scheuble
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