Pentágono quer realocar US$ 300 mi para investir em drones ante avanço chinês

Pedido relacionado ao ‘Programa Replicator’ foi encaminhado ao Congresso americano sob classificação que remete a interesses de segurança nacional e estimulará essa indústria

En EE.UU.
Por Tony Capaccio
18 de Fevereiro, 2024 | 10:35 AM

Bloomberg — O Pentágono enviou ao Congresso dos Estados Unidos um pedido “classificado” - ou seja, com status que remete a interesses de segurança nacional - para realocar US$ 300 milhões em fundos para acelerar o desenvolvimento e a compra de seus primeiros drones no escopo do “Programa Replicator”.

Trata-se de um esforço para implantar milhares de aeronaves não tripuladas para combater o avanço da China nessa frente até agosto de 2025.

PUBLICIDADE

Esse pedido inicial de reprogramação de fundos previamente aprovados para outros fins, que precisa ser aprovado por todos os quatro comitês de defesa do Congresso, reflete a determinação do Departamento de Defesa dos EUA em mostrar uma agilidade incomum no desenvolvimento de uma nova frota de drones aéreos, marítimos e submarinos.

As aeronaves não tripuladas tornaram-se armas cotidianas, desde a guerra na Ucrânia até os ataques dos Houthis a navios no Mar Vermelho.

Os contratados cujos drones forem selecionados verão milhões de dólares em aumento de vendas, já que o departamento planeja ampliar a produção para atender a seus objetivos ambiciosos com pedidos adicionais de reprogramação de fundos.

PUBLICIDADE

“Esperamos que eles ajam rapidamente, o que nos permitirá aumentar e acelerar a produção das capacidades do Replicator”, disse o porta-voz do Pentágono, Eric Pahon.

Questionado sobre por que o pedido tinha o status de “classificado, ele disse que “estamos adotando uma abordagem cuidadosa sobre quais informações revelamos” e faremos isso “se fizer sentido no contexto de nossas necessidades operacionais”.

Aditi Kumar, diretora adjunta da Unidade de Inovação em Defesa do Pentágono, que está gerencia o Replicator e trabalha em conjunto com a indústria, disse nesta semana que passou em um fórum que “seremos muito seletivos sobre como falamos sobre essas capacidades publicamente”.

PUBLICIDADE

A unidade de inovação, sediada no Vale do Silício, na Califórnia, trabalha para aproveitar os talentos das empresas de tecnologia em vez de depender apenas dos gigantes de contratação habituais do Departamento de Defesa.

A vice-secretária de Defesa, Kathleen Hicks, que lidera a iniciativa Replicator, disse no ano passado que o Departamento de Defesa, conhecido por programas que consomem bilhões de dólares e anos de planejamento, não criará uma nova burocracia para o Replicator “e não estaremos pedindo dinheiro novo” no ano fiscal de 2024.

Entre os candidatos iniciais que se beneficiarão com a transferência de fundos do ano fiscal de 2023 está o Switchblade 600, segundo um oficial dos Estados Unidos. O modelo de 50 libras, produzido pela AeroVironment, uma empresa sediada em Simi Valley, na Califórnia, pode voar mais de 24 milhas (39 quilômetros) e pairar por 40 minutos antes de atacar com uma ogiva antitanque.

PUBLICIDADE

O operador do drone usa um sistema de controle de fogo baseado em tela sensível ao toque baseada em tablet, com a opção de pilotar o míssil loitering (um tipo de drone inteligente que pode esperar até o momento certo do ataque) manualmente. A arma foi usada pela Ucrânia para destruir alvos russos.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

O potencial do lítio na Argentina e os maiores desafios após a queda dos preços em 2023

A rotina dentro das fábricas da Nestlé na Ucrânia, em meio às sirenes da guerra

Amazon começa a testar entrega de remédios por drone em cidade do Texas