PCE: núcleo de inflação nos EUA sobe 0,2% em julho e fica dentro de estimativa

Na base anual, o núcleo ficou em 2,6% no mês passado, mesmo patamar de junho, o que sustenta o cenário observado pelas autoridades do Fed antes da reunião de setembro

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Bloomberg Línea — O núcleo do índice de inflação mais acompanhado pelas autoridades do Federal Reserve (Fed), o PCE (Índice de Gastos Pessoais), teve variação de 0,2% em julho, mesmo patamar de junho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Bureau de Análises Econômicas (BEA) dos Estados Unidos. O número correspondeu ao consenso das expectativas do mercado segundo a Bloomberg.

Na comparação anual, o núcleo ficou em 2,6%, também no mesmo nível de junho, mas ainda acima da meta de inflação do Fed de 2%.

Nos minutos depois da divulgação, os futuros dos principais índices de ações americanos mantiveram os ganhos da manhã, diante da avaliação preliminar de que os dados divulgados mantêm o cenário que serve como base para as apostas consensuais do mercado de início do corte de juros na próxima reunião do Fed nos dias 17 e 18 de setembro.

O núcleo é considerado o indicador mais importante pelo presidente do Fed, Jerome Powell, pois exclui as categorias de preços mais voláteis de energia e alimentos.

A Bloomberg Economics estimava um aumento de 2,7% em relação ao mesmo mês do ano passado.

O índice cheio do PCE também avançou 0,2% em julho, mesmo número de junho e igualmente dentro das estimativas de mercado.

Política monetária

Considerado o preferido de integrantes do Fed para medir o aumento dos preços, o indicador de inflação é acompanhado de perto pelo mercado financeiro.

A economia dos EUA cresceu em um ritmo ligeiramente mais forte no segundo trimestre do que o inicialmente relatado, o que reflete uma revisão para cima nos gastos dos consumidores que mais do que compensou a atividade mais fraca em outras categorias.

O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou a uma taxa anualizada de 3% durante o período de abril a junho, acima da estimativa anterior de 2,8%, de acordo com dados do Bureau of Economic Analysis publicados na quinta-feira (29).

O principal motor de crescimento da economia - os gastos pessoais - avançou 2,9%, em comparação com a estimativa anterior de 2,3%.

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A revisão para cima nos gastos dos consumidores refletiu avanços mais fortes nas compras de bens e serviços. Os principais contribuintes foram os maiores desembolsos em cuidados de saúde, habitação e utilidades, e lazer.

Os integrantes do Fed indicaram recentemente que estão mais focados no lado do mercado de trabalho do seu mandato duplo, agora que a inflação recuou em grande parte.

O presidente Jerome Powell disse na semana passada que os banqueiros centrais não “buscam nem desejam um resfriamento adicional nas condições do mercado de trabalho.”

- Com informações da Bloomberg News.

- Em atualização.

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