PCE: núcleo de inflação desacelera para 0,1% em agosto e fica abaixo de projeção

Na base anual, por outro lado, o núcleo do índice de preços mais observado pelo Fed ficou em 2,7%, acima do registrado em julho (2,6%) e da meta de inflação 2%, mas dentro do consenso da Bloomberg

Supermercado da Whole Food em Nova York: preços de alimentos subiram 0,1% em agosto segundo o PCE (Foto: Yuki Iwamura/Bloomberg)
27 de Setembro, 2024 | 09:52 AM

Bloomberg Línea — O núcleo do índice de inflação mais acompanhado pelas autoridades do Federal Reserve, o PCE (Índice de Gastos Pessoais), teve variação de 0,1% em agosto, abaixo de julho (0,2%), segundo dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Bureau de Análises Econômicas (BEA) dos Estados Unidos.

O dado ficou abaixo do consenso das estimativas coletadas pela Bloomberg, de 0,2%.

Na comparação anual, o núcleo, que exclui as categorias mais voláteis de alimentos e energia, ficou em 2,7%, acima do valor registrado em julho (2,6%) e superior à meta de inflação de 2%. O consenso das estimativas da Bloomberg apontava justamente 2,7%.

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O comunicado do BEA destacou que o índice de preços do PCE subiu 0,1% no mês passado e 2,2% em relação ao ano anterior ao incluir itens como alimentos e energia, versus 2,5% até julho. O consenso era de 0,1% e 2,3% nas taxas mensal e anual, respectivamente.

A renda pessoal subiu 0,2%, assim como os gastos dos consumidores, refletindo pressões inflacionárias ainda presentes, mas um pouco moderadas.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro e o dólar caíram com as expectativas de que os dados recentes manterão o Fed no caminho para mais cortes de juros nos próximos meses, embora ainda haja debate sobre o tamanho desses cortes.

O banco central iniciou seu ciclo de flexibilização com um corte de meio ponto em setembro, e os investidores estão divididos sobre um novo corte semelhante ou menor em novembro. O relatório acompanha as revisões do PIB, que mostraram maior crescimento econômico e mais poupança do que o relatado anteriormente para 2022 e 2023.

“A surpresa negativa nos dados de renda, gastos e inflação de agosto valida a decisão do Fed de cortar as taxas em 50 pontos base. O crescimento da renda está desacelerando, levando os consumidores a serem mais seletivos em seus gastos. Com a pressão inflacionária diminuindo, o Fed provavelmente focará mais no pleno emprego. Embora salários tenham aumentado, o crescimento da renda disponível desacelerou, impactado por quedas na renda de proprietários, juros e dividendos”, disse Stuart Paul, Eliza Winger and Estelle Ou, da Bloomberg Economics.

-- Com informações de Bloomberg News