Bloomberg Línea — Os Estados Unidos criaram 336.000 vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de folha de pagamento (payroll) divulgado nesta sexta-feira (6) pelo departamento de estatísticas do país.
O número, que é o maior desde janeiro, veio quase o dobro do projetado por economistas do mercado financeiro, ilustrando a força do mercado de trabalho americano e favorecendo apostas de uma nova alta dos juros pelo Federal Reserve. A taxa de desemprego, por sua vez, se manteve em 3,8%.
Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg apontava para a criação de 170.000 vagas no último mês e taxa de desemprego de 3,7%.
Após a divulgação, que mostra a resiliência do mercado de trabalho americano, os índices futuros de Wall Street, que subiam, viraram para queda. Por volta das 9h40 (horário de Brasília), os futuros do S&P 500 cediam 0,73%, enquanto os do Nasdaq tinham queda de 0,99%.
Os maiores aumentos vieram de setores como lazer e hospitalidade, saúde e serviços técnicos. Já os salários tiveram alta de 0,2% na comparação mensal, para US$ 33,88 a hora.
“Em suma, o payroll deve reforçar a preocupação com austeridade do Federal Reserve, mas principalmente, consolidar a posição de que a autoridade monetária não iniciará o ciclo baixista de juro em breve, o que apostamos que deverá ocorrer apenas no final de 2024″, avalia Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, em nota.
Dados de emprego no radar
Uma bateria de dados de emprego nos EUA foi divulgada nos últimos dias, enquanto os investidores aguardavam pelo payroll.
O Levantamento de Vagas de Emprego e Rotatividade de Pessoal (JOLTS, na sigla em inglês), por exemplo, mostrou na terça-feira (3) um aumento de abertura de vagas de emprego acima do esperado nos Estados Unidos em agosto.
O número de vagas disponíveis aumentou para 9,61 milhões, acima do esperado, ante uma revisão de 8,92 milhões em julho. Os dados foram impulsionados por um aumento na oferta de emprego de profissionais assalariados que trabalham em escritórios, refletindo a força da demanda por trabalho.
Já os pedidos de auxílio-desemprego permaneceram historicamente baixos na semana passada.
Os pedidos subiram ligeiramente para 207.000 na semana que terminou em 30 de setembro, de acordo com dados do Departamento de Trabalho divulgados na quinta-feira (5). A estimativa média em pesquisa da Bloomberg apontava para 210.000 vagas.
O mercado de trabalho resiliente continua a impulsionar os gastos dos consumidores, em um contexto de inflação e juros já elevados. A demanda por trabalhadores permanece sólida e as demissões, que foram manchetes no início deste ano, diminuíram em grande parte.
-- Com informações da Bloomberg News
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