Payroll: EUA criam 303 mil empregos em março, acima do esperado

Mediana de projeções apontava para a criação de 214 mil vagas, segundo consenso da Bloomberg; taxa de desemprego ficou em 3,8% no período

Dados do payroll são divulgados após pedidos de auxílio-desemprego atingirem o maior nível desde janeiro
05 de Abril, 2024 | 09:40 AM

Bloomberg Línea — A economia dos Estados Unidos criou 303 mil vagas de emprego em março, enquanto a taxa de desemprego ficou em 3,8%, segundo o relatório de folha de pagamento (payroll) divulgado na manhã desta sexta-feira (5) pelo departamento de estatísticas do país.

O resultado, que ficou acima das 231 mil vagas registradas um ano atrás, também veio acima das previsões de economistas consultados pela Bloomberg, que previam a criação de 214 mil postos de trabalho. Em fevereiro, o total havia sido de 270 mil.

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Os dados sinalizam que, apesar dos juros altos, o mercado de trabalho segue resiliente. E pode endossar o discurso do Fed de que não há pressa para cortar os juros. Os maiores ganhos de vagas de emprego vieram nos setores de saúde, construção e no setor público.

O salário médio, outro indicador muito observado, subiu 0,3% em março ante fevereiro, após alta de 0,2% no mês anterior.

Os índices futuros de Wall Street, que subiam antes da divulgação, mantiveram os ganhos. Por volta das 9h40 (horário de Brasília), o Nasdaq futuro subia 0,38%, enquanto o S&P 500 futuro tinha alta de 0,34%.

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Trajetória dos juros

O payroll vêm após dados mostraram ontem (4) que os pedidos semanais de auxílio-desemprego aumentaram na semana passada para o maior nível desde janeiro, em linha com um aumento recente no número de demissões.

Os pedidos aumentaram em 9.000, para 221 mil na semana encerrada em 30 de março, acima da previsão mediana em uma pesquisa da Bloomberg com economistas, que apontava para 214 mil solicitações.

Os dados de emprego são acompanhados de perto enquanto investidores também monitoram falas de membros da autoridade monetária em busca de pistas sobre o rumo dos juros nos EUA.

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Comentários hawkish (favoráveis a juros mais altos) de membros do Fed têm pesado sobre o sentimento. Na quarta-feira (3), o chefe do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que prevê apenas um corte dos juros nos EUA este ano, no quarto trimestre.

Já o presidente do Federal Reserve Bank de Minneapolis, Neel Kashkari, disse ontem que cortes nas taxas de juros podem não ser necessários este ano se o progresso na inflação estagnar, especialmente se a economia se mantiver robusta.

Em entrevista à Bloomberg TV, Ellen Zentner, economista-chefe para EUA do Morgan Stanley, mostrou-se mais otimista. Segundo ela, o Federal Reserve está no caminho certo para reduzir os juros em junho.

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“Será mais uma questão de inflação, se o Fed cortar já em maio”, disse ela nesta sexta-feira (5). “Acho que os requisitos são muito altos para eles agirem tão cedo. Mas ainda espero que estejam prontos em junho.”

O banco americano espera quatro cortes nas taxas este ano, acima das três previstas pelo Fed em março. “Na verdade, esperamos que eles acelerem os cortes no quarto trimestre, porque vemos a inflação caindo mais rápido nessa altura do que o Fed.”

A próxima reunião de política monetária acontece nos dias 30 de abril e 1º de maio.

-- Com informações da Bloomberg News

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.