Bloomberg Línea — A economia dos Estados Unidos criou 272 mil vagas em maio, enquanto a taxa de desemprego ficou em 4,0%, segundo o relatório de folha de pagamento (payroll) divulgado na manhã desta sexta-feira (7) pelo departamento de estatísticas do país. Em abril, a taxa estava em 3,9%.
O resultado veio acima da mediana das previsões de 77 economistas consultados pela Bloomberg, que previam a criação de 180 mil postos de trabalho. O número é maior do que o ganho médio mensal de 232 mil nos 12 meses anteriores.
A remuneração média por hora subiu 0,4% em maio e 4% em 12 meses. A previsão de economistas consultados pela Bloomberg era a de uma manutenção de taxa de 3,9% - e de 0,3% no mês.
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A taxa de participação - a parcela da população que está trabalhando ou procurando trabalho - manteve-se estável em 62,5%.
Os dados que mostram o mercado de trabalho ainda aquecido podem levar o Fed a se manter cauteloso em relação ao esperado início do ciclo de afrouxamento monetário e, portanto, preservar as taxas de juros nos patamares atuais enquanto aguarda a inflação ceder rumo à meta de 2%.
Nos minutos depois da divulgação, swaps passaram a não mais precificar integralmente um corte de juro antes de dezembro, como era o cenário anterior. Os futuros de ações em Nova York e os títulos do Tesouro passaram a cair, e o dólar se fortaleceu.
O mercado de trabalho desafiou amplamente as expectativas nos últimos dois anos, impulsionando a economia como um todo. No entanto espera-se que essa força se modere à medida que um período prolongado de altas taxas de juros pese sobre os planos de contratação e a atividade em geral.
Este é um dos últimos grandes relatórios que as autoridades do Federal Reserve terão para analisar antes da reunião da próxima semana, quando se espera amplamente que mantenham os custos de empréstimos no nível mais alto em duas décadas - no intervalo entre 5,25% e 5,50%. Um relatório de inflação muito aguardado será divulgado na manhã da decisão de quarta-feira - o CPI (inflação ao consumidor) do mês de maio.
Os economistas estarão especialmente atentos às projeções trimestrais atualizadas após a inflação e o emprego terem surpreendido positivamente no início do ano. Não se espera que as autoridades cortem as taxas até o final de 2024, no mínimo, mesmo que seus pares do G7 na Europa e no Canadá tenham feito isso nesta semana.
- Com informações de Bloomberg News