Payroll: EUA criam 150 mil vagas de emprego em outubro, abaixo do esperado

Mercado esperava a criação de 180 mil vagas no mês, segundo consenso da Bloomberg; ações avançam em Wall Street após a divulgação

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Bloomberg Línea — Os Estados Unidos criaram 150.000 vagas de emprego em outubro, segundo o relatório de folha de pagamento (payroll) divulgado nesta sexta-feira (3) pelo departamento de estatísticas do país.

O número, abaixo da média de 258.000 dos últimos 12 meses, também veio menor do que o esperado por economistas do mercado financeiro. A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 3,9%, ante 3,8% em setembro. Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg apontava para a criação de 180.000 vagas no último mês e taxa de desemprego de 3,9%.

O dado pode reforçar as expectativas de mercado de que as altas de juros do Fed estão surtindo efeito para desacelerar a economia americana e, portanto, que novos aumentos não serão mais necessários.

Após a divulgação, os índices futuros de Wall Street, que recuavam em meio à temporada de balanços, viraram para alta. Por volta das 9h40 (horário de Brasília), os futuros do S&P 500 subiam 0,29%, enquanto os do Nasdaq tinham ganhos de 0,28%.

“No final das contas, o mercado de trabalho traz dados bem negativos, fechando a conclusão dominante dessa semana de que o Fed não subirá mais o juro, e ampliando consigo a probabilidade de cenários nos quais o início do ciclo baixista se dará em meados do verão norte-americano”, avalia Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Fomc mantém juros

Os dados de emprego são acompanhados de perto por investidores, que buscam pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve no combate à inflação.

Na quarta-feira (1º), o banco central americano manteve inalteradas as taxas de juros do país, no intervalo de 5,25% a 5,50%. A expectativa de uma manutenção, a segunda consecutiva, era consensual entre economistas de Wall Street.

No comunicado divulgado junto com a decisão, o Fomc sinalizou que o aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro pode pesar sobre o desempenho da economia e da inflação. “Condições financeiras e de crédito mais restritivas para famílias e empresas provavelmente pesarão sobre a atividade econômica, as contratações e a inflação”, escreveu o Comitê, em comunicado.

Alguns integrantes da autoridade monetária também disseram que o recente aumento nos rendimentos dos Treasuries de longo prazo pode reduzir a necessidade de novas altas nas taxas.

Em coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os juros elevados afetam a economia dos Estados Unidos, fazendo com que os preços no país baixem, mas que o Fed ainda não tem certeza se o patamar atual é suficiente para completar o processo de aperto monetário.

Segundo ele, o banco central americano já fez um forte ajuste e o ciclo está próximo do fim.

“A pausa nos dá um senso melhor do que precisamos fazer e se precisamos fazer mais”, disse Powell. “Alguns meses de bons dados são só o começo para termos a confiança de que a inflação está diminuindo sustentavelmente em direção à nossa meta.”

A inflação nos Estados Unidos medida pelo índice PCE acumula alta de 3,4% em 12 meses até setembro. A meta nos Estados Unidos é de uma inflação de 2%.

-- Com informações da Bloomberg News

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