Bloomberg — O congestionamento no Canal do Panamá tem deixado proprietários de navios que transportam de tudo, desde combustíveis até grãos, entre os Estados Unidos e a Ásia sem boas opções: elas podem passar semanas esperando no mar, contornar a América do Sul ou pagar uma quantia exorbitante para furar a fila.
O Grupo Eneos do Japão desembolsou US$ 3,98 milhões em um leilão na quarta-feira (8) para garantir uma passagem, conforme mostram documentos de licitação.
Corretores de navios disseram que o Sunny Bright, o navio-tanque de gás liquefeito de petróleo da empresa, conseguiu uma vaga para cruzar a via congestionada no sentido norte em 15 de novembro. Ele havia descarregado previamente o combustível que transportava da China.
A taxa adicional será somada às tarifas de trânsito regulares, que podem chegar a centenas de milhares de dólares.
O congestionamento é causado por uma seca no Panamá, que reduziu os níveis de água no canal e prejudica o comércio exterior.
Outra opção é contornar a América do Sul. Pelo menos outro proprietário de navios tomou a decisão dispendiosa de desviar seu navio-tanque do canal para essa jornada muito mais longa. Corretores de navios disseram que o Pyxis Pioneer, também um navio-tanque de GLP, está a caminho do sul e pode passar pelo Estreito de Magalhães, o que adicionará cerca de um mês ao seu cronograma original.
“O valor para usar o canal está chegando perto de US$ 4,5 milhões, o que significa que isso está excluindo muitos navios”, disse Oystein Kalleklev, diretor executivo da Flex LNG e da Avance Gas Holding, durante uma teleconferência na quarta-feira.
A Autoridade do Canal do Panamá confirmou que um recorde foi estabelecido no leilão de 8 de novembro, mas não divulgou o vencedor do leilão.
A Eneos se recusou a comentar quando contatada sobre o assunto.
A fila de navios esperando para usar o canal tem crescido há semanas, enquanto a autoridade anunciava restrições cada vez mais drásticas para a via que durarão até o próximo ano, ao mesmo tempo em que vende os direitos de furar a fila.
A autoridade realizou 140 leilões no mês passado, com três deles ultrapassando US$ 1 milhão. Corretores de navios disseram que novos recordes podem ser atingidos em vendas futuras.
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