Núcleo da inflação nos EUA medida pelo PCE sobe 0,1% em novembro, abaixo do esperado

Em novembro, índice de inflação que é o mais observado pelo banco central americano teve queda de 0,1% na base mensal, com alta de 2,6% em 12 meses

Consumidores fazem compras em dezembro na cidade de Nova York
22 de Dezembro, 2023 | 10:49 AM

Bloomberg Línea — O núcleo do índice de inflação mais observado pelas autoridades do Federal Reserve (Fed), o PCE (Índice de Gastos Pessoais), teve variação positiva de 0,1% em novembro, reforçando as apostas do mercado de cortes dos juros no próximo ano. O dado veio em linha com o apresentado em outubro, que foi revisado para baixo, de 0,2% para alta de 0,1%.

O núcleo é considerado o indicador mais importante pelo presidente do Fed, Jerome Powell, pois exclui as categorias de preços consideradas mais voláteis de energia e alimentos. Já o índice cheio teve queda de 0,1% no mês passado. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Departamento de Estatísticas dos Estados Unidos.

No acumulado em 12 meses, a variação foi de 3,2% para o núcleo e de 2,6% para o índice geral.

Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg com economistas era de variação nula do PCE na comparação mensal em novembro e de alta de 2,8% na comparação anual. Já para o núcleo, a expectativa era de alta de 0,2% sobre outubro e de 3,3% sobre novembro de 2022.

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Ainda de acordo com o relatório, os gastos pessoais, ajustados pela inflação, subiram 0,3% em novembro após uma revisão para baixo do indicador em outubro, para alta de 0,1%.

Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq, que recuavam minutos antes da divulgação, passaram a operar no campo positivo na sequência, com ganhos de 0,11% e 0,15%, respectivamente, às 10h50 (horário de Brasília).

Política monetária

O indicador de inflação é acompanhado de perto pelo mercado financeiro, que busca sinais sobre a trajetória da taxa de juros nos Estados Unidos.

Na semana passada, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) decidiu manter inalterada a taxa no patamar de 5,25% a 5,50% ao ano, pela terceira vez consecutiva.

Nas projeções divulgadas pela entidade, os diretores do Fed agora esperam uma redução de 0,75 ponto porcentual na taxa de juros até o fim de 2024, um corte maior do que o projetado em setembro.

O Fed também deu o sinal mais claro até agora de que o ciclo de alta terminou. Pela primeira vez, nenhum membro do Fomc apontou a necessidade de taxas de juros mais elevadas.

Segundo o “dot plot” (gráfico com as projeções de cada integrante do comitê para o fim de dado ano), os membros do Fed esperam que a taxa de juros chegue a 4,6% em 2024 (mediana), ante 5,1% da projeção anterior. A maioria dos diretores vê a taxa entre 4,25% e 5% para o ano que vem, enquanto somente dois apontam a necessidade de manter os juros no mesmo patamar atual.

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No comunicado divulgado junto com a decisão, o Fomc afirmou que a inflação retrocedeu no último ano, mas continua elevada, o que exige que o comitê se mantenha “altamente atento” aos riscos inflacionários. O comunicado também aponta que os ganhos no mercado de trabalho estão mais moderados em relação ao início do ano, mas continuam fortes e a taxa de desemprego segue baixa.

Em seu discurso, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a inflação diminuiu, mas ainda está muito alta. “As leituras mais baixas de inflação nos últimos meses são bem-vindas, mas precisaremos ver mais evidências para ter confiança de que a inflação está no caminho certo”, destacou.

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.