Bloomberg — As alienações de veículos financiados dispararam no ano passado para o nível mais alto desde 2009, indicando que a pressão financeira crescente sobre os consumidores tem se espalhado pela economia dos Estados Unidos.
Em 2024, aproximadamente 1,73 milhão de veículos foram objeto de alienação, segundo dados da Cox Automotive, um aumento de 16% em relação ao ano anterior e 43% comparado a 2022.
A última vez que as alienações fiduciárias atingiram esse nível, a economia dos Estados Unidos estava se recuperando da crise financeira de 2008.
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Os números são outra indicação de que os consumidores têm tido dificuldades para manter suas contas em dia, devido às taxas de juros elevadas e aos efeitos persistentes dos preços mais altos de carros.
As alienações diminuíram durante a pandemia devido a medidas de alívio que forneceram tolerância para os tomadores de empréstimos.

Conforme essas medidas foram eliminadas e a inflação disparou, mais americanos passaram a ter dificuldades para pagar as prestações de financiamentos de veículos, e as alienações aumentaram em 2022 e 2023.
A tendência continuou no ano passado, aumentando os temores de que a economia dos Estados Unidos esteja desacelerando.
A parcela de empréstimos automotivos de alto risco com mais de 60 dias de atraso subiu para 6,56% em janeiro, o maior nível desde o início da coleta de dados em 1994, segundo a Fitch Ratings.
Os números de fevereiro mostram uma leve melhora — com 6,43% — mas ainda historicamente altos.
Os custos de empréstimos mais elevados continuam prejudicando os proprietários de carros.
A taxa média de empréstimo automotivo aumentou cinco pontos base para 10,16% em fevereiro, o maior valor em quatro meses, de acordo com a Cox. Enquanto isso, o pagamento mensal típico é de US$ 748.
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