Noruega quer mudar lei de 98 e exigir abrigos antibombas para defender a população

Medidas defendidas pelo governo apontam para situação atual de segurança, às vésperas do terceiro ano da invasão da Ucrânia pela Rússia; países nórdicos vizinhos possuem cobertura maior

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Bloomberg — A Noruega planeja exigir que todos os novos edifícios tenham um abrigo antibombas como parte de seus esforços para aumentar a resistência da sociedade civil após a invasão da Ucrânia pela Rússia de Vladimir Putin, que completará três anos em fevereiro.

O governo de Oslo pretende reverter uma decisão tomada pelos legisladores em 1998 de suspender essa exigência para todos os edifícios com área superior a 1.000 metros quadrados, de acordo com um white paper sobre “preparação total” publicado nesta sexta-feira (10). A decisão significou que nenhum novo abrigo antibombas foi construído no país nórdico desde então.

"É injustificável, na atual situação da política de segurança, manter a decisão de 1998", diz o relatório. Os abrigos antibomba existentes cobrem cerca de 45% da população norueguesa, em comparação com cerca de 90% na Finlândia, 80% na Dinamarca e 70% na Suécia, segundo o relatório.

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Os esforços da Noruega espelham uma tendência mais ampla na região, onde os países têm tomado medidas para se preparar para possíveis crises - não apenas de caráter militar mas também desastres naturais e ataques cibernéticos -, o que inclui estoques de suprimentos de emergência e reforço dos sistemas financeiros.

Embora a Noruega já tenha endurecido a legislação com relação a investimentos estrangeiros em setores considerados estratégicos, o white paper também propõe mais restrições “no contexto do desenvolvimento regulatório na União Europeia”.

O governo planeja seguir o exemplo de outros países nórdicos para mudar as regras de pré-aprovação de compra de propriedades nas proximidades de instalações militares e outras infraestruturas críticas, bem como estabelecer potencialmente o registro obrigatório de propriedade para aumentar a transparência.

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