Não faz mais sentido ir contra a tese de ‘soft landing’ dos EUA, diz El-Erian

Chief Economic Adviser da Allianz diz que não vê recessão no horizonte a não ser que haja o que classifica de erro na política monetária do Fed

Mohamed El-Erian, chief economic advisor for Allianz SE, speaks during Bloomberg's fourth-annual Year Ahead Summit in New York
Por Vildana Hajric - Jonathan Ferro
14 de Julho, 2023 | 04:58 PM

Bloomberg — A ideia de que a economia dos Estados Unidos poderia esfriar apenas o suficiente para contornar uma recessão é tão forte que não faz sentido ir contra ela, de acordo com Mohamed El-Erian.

“Você não pode bloquear o caminho da narrativa de soft landing agora — essa narrativa está ganhando força”, disse o Chief Economic Adviser da Allianz e colunista da Bloomberg Opinion nesta sexta-feira (14). “Tudo o que vimos até agora nesta semana — CPI, PPI, bancos — foi sobre uma narrativa de soft landing.”

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As previsões de recessão foram adiadas durante todo o ano, pois dados econômicos continuam a mostrar força, principalmente no mercado de trabalho. E a inflação nos EUA se desacelerou muito em junho, quando o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 3% na taxa anual, o menor avanço em mais de dois anos, enquanto os preços ao produtor (PPI) ficaram praticamente estáveis.

“Estamos definitivamente em uma boa janela para dados de inflação”, disse El-Erian à Bloomberg Television. “Vai durar até setembro.”

El-Erian disse não ver uma recessão no horizonte.

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“Tenho refutado repetidamente — não há nada automático em uma recessão”, afirmou. No entanto, acrescentou, se o Federal Reserve apertar demais a política monetária — o que é possível —, uma desaceleração econômica pode acontecer.

“Chegaremos lá se houver outro erro de política. Mas a economia em si é forte e robusta.” O banco central americano deve subir a taxa básica apenas mais uma vez e pronto, projetou.

Se o Fed tentar atingir sua meta de inflação de 2% muito rapidamente, corre o risco de contrair a demanda mais do que seria saudável e “quebrar alguma coisa”, alertou El-Erian.

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Outros pesos pesados de Wall Street defendem uma tese semelhante. Rick Rieder, diretor de investimentos de renda fixa global da BlackRock, disse nesta semana que o caminho para uma inflação de 2% pode impactar milhões de trabalhadores, um tradeoff que “não faz sentido”.

“Taxas de juros: quanto você teria que movê-las para levar a taxa de desemprego a um nível que diminuísse os salários? Não vale a pena. Por que você levaria milhões de pessoas ao desemprego porque precisa ir de 2,7% para 2%?”, questionou Rieder no episódio desta semana do podcast What Goes Up.

- Com a colaboração de Katherine Greifeld.

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