Na Europa, Lagarde chama a atenção para um componente ‘novo’: a confiança baixa

Presidente do Banco Central Europeu diz que o processo de desinflação está bem encaminhado, ainda que existam pressões salariais que precisam ser monitoradas

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu
Por Alexander Weber
26 de Outubro, 2024 | 10:17 AM

Bloomberg — A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a desaceleração dos preços ao consumidor continua, embora tenha destacado os riscos persistentes das pressões salariais e efeitos ainda não devidamente mensurados de níveis mais baixos da confiança.

“As informações recebidas sobre a inflação mostram que o processo de desinflação está bem encaminhado”, disse Lagarde nesta sexta-feira (25) durante uma reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional em Washington.

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“Os indicadores recentes da atividade econômica surpreenderam um pouco para o lado negativo e as condições de financiamento continuam restritivas.”

Apesar de o BCE ter cortado as taxas de juros três vezes neste ano, analistas e porta-vozes discutem se um novo corte pode ser necessário na próxima reunião, em dezembro.

Embora as autoridades mais dovish tenham levantado preocupações sobre a economia em dificuldades da zona do euro, as que são mais hawkish têm se mostrado contrárias à aceleração da flexibilização monetária.

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Lagarde também disse, em entrevista à Bloomberg TV na terça-feira (22), que, embora a direção dos custos dos empréstimos esteja clara, o ritmo dos cortes ainda não foi decidido.

Na ocasião, Lagarde também reiterou as pressões de preços dos salários e a queda na confiança mais baixa: “os riscos para o crescimento permanecem inclinados para o lado negativo. A confiança mais baixa pode impedir que o consumo e o investimento se recuperem tão rapidamente quanto o esperado”.

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Apesar disso, Lagarde disse que a inflação doméstica continua elevada, “com fortes pressões de preços provenientes principalmente dos salários”.

O crescimento dos salários continuou forte, mas o aumento geral dos custos de mão-de-obra tem se moderado nos últimos trimestres e os lucros têm amortecido o impacto dos salários mais altos sobre a inflação, afirmou.

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