Bloomberg — O bilionário Elon Musk apoiou a saída dos Estados Unidos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), dizendo em sua plataforma de mídia social que “não faz sentido que os EUA paguem pela defesa da Europa”.
O conselheiro sênior do presidente dos EUA, Donald Trump, respondeu a uma publicação no X na madrugada deste domingo (9) que afirmava que os EUA deveriam “Sair da OTAN *agora*!”
“Nós realmente deveríamos”, disse o cofundador e CEO da Tesla.
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Em 3 de março, Musk escreveu no X que concordava com a sugestão de um comentarista conservador de que os EUA deveriam deixar a Otan e também a ONU (Organização das Nações Unidas).
Os comentários de Musk ocorrem em um momento em que o futuro da Organização do Tratado do Atlântico Norte, que marcará seu 76º aniversário em abril, está em jogo.
A organização que conta hoje com 32 países, dos quais 30 da Europa e os EUA e o Canadá, foi fundada em 1949 na saída da II Guerra Mundial com o objetivo de defender seus membros de ataques de terceiros, mais notadamente da ameaça imposta pela então União Soviética - há três décadas, da Rússia.
A NBC informou em 6 de março que Trump havia discutido com assessores a calibragem do envolvimento dos EUA com a Otan de forma a favorecer os membros da aliança que gastam um determinado percentual de seu PIB em defesa.
Falando a jornalistas no mesmo dia, Trump disse que havia afirmado aos aliados da Otan que, se eles não pagassem suas contas, ele não os defenderia.

“É senso comum, certo?” disse Trump aos repórteres no Salão Oval da Casa Branca. “Se eles não pagarem, não vou defendê-los. Não, eu não vou defendê-los.”
Dentro da Otan, a Europa - que em grande parte se desarmou após o fim da Guerra Fria - depende dos EUA para comunicações, inteligência e logística, bem como para liderança militar estratégica e poder de fogo.
Os líderes da União Europeia se reuniram em Bruxelas para uma reunião de cúpula de emergência na semana passada, com o objetivo de aumentar de forma extensiva os gastos com defesa.
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As autoridades discutiram uma proposta da Comissão Europeia que inclui até 150 bilhões de euros (US$ 162,5 bilhões) em empréstimos aos estados membros para gastos em defesa, bem como planos para permitir que os países usem seus orçamentos nacionais para gastar potencialmente 650 bilhões de euros em defesa ao longo de quatro anos sem desencadear penalidades orçamentárias.
“Nas últimas semanas, vimos o que eu chamaria de um desenvolvimento bastante turbulento”, disse o Comissário de Defesa da UE, Andrius Kubilius, à Bloomberg TV na sexta-feira (7).
“Talvez ainda não esteja muito claro qual será finalmente a estratégia americana.”
De acordo com uma lei de 2023, um presidente não pode se retirar unilateralmente da aliança sem uma maioria de dois terços no Senado ou sem um ato do Congresso.
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