Moscou oferece bônus de US$ 22 mil para atrair voluntários a lutar na Ucrânia

Medida é o mais recente sinal da crescente pressão de Putin para encontrar substitutos suficientes para as tropas mortas e feridas depois de dois anos e meio de guerra

Dois anos e meio de guerra contra a Ucrânia têm afetado a mão-de-obra na economia russa (Foto: Vyacheslav Oseledko/AFP via Getty Images)
Por Bloomberg News
23 de Julho, 2024 | 01:27 PM

Bloomberg — As autoridades de Moscou ofereceram o pagamento de um novo bônus recorde a voluntários dispostos a participar da guerra na Ucrânia, no mais recente sinal da crescente pressão do governo para encontrar substitutos suficientes para as tropas mortas e feridas no campo de batalha.

Um decreto emitido nesta terça-feira (23) pelo prefeito Sergei Sobyanin informa que o governo se compromete a pagar 1,9 milhão de rublos (US$ 22.000) aos voluntários que assinarem contratos militares.

Isso se soma aos 600 mil rublos (cerca de US$ 7.000) pagos anualmente em parcelas mensais pelo governo da cidade para complementar salários e bônus oferecidos pelo Ministério da Defesa da Rússia.

No total, de acordo com o decreto, aqueles que se juntarem à guerra ganhariam até 5,2 milhões de rublos no primeiro ano, desde que sobrevivessem. O salário médio mensal na capital no ano passado foi de cerca de 139.000 rublos, de acordo com dados do Serviço Federal de Estatísticas.

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A oferta coloca Moscou na liderança de uma corrida salarial acelerada entre as regiões russas que se esforçam para encontrar recrutas para o exército do presidente Vladimir Putin, em meio às enormes baixas na guerra na Ucrânia, que entrou em fevereiro em seu terceiro ano.

Com o Kremlin ansioso para evitar repetir a impopular mobilização de 300.000 reservistas em setembro de 2022, as autoridades contam agora com incentivos em dinheiro para atingir a meta de alistar 250.000 soldados neste ano.

As estimativas ocidentais indicam que as baixas russas chegam a 500.000 pessoas desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que a Rússia pode ter perdido 70.000 mortos ou feridos apenas nos últimos dois meses, no que seriam as maiores perdas diárias desde o início da guerra.

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Isso porque o exército russo continua a avançar lentamente na frente contra as forças ucranianas, que estão recebendo gradualmente dezenas de bilhões de dólares em novas armas de seus aliados americanos e europeus.

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A busca dos militares intensifica a escassez de mão-de-obra na economia russa, o que, por sua vez, obriga as empresas a aumentar os salários para competir.

Essa dinâmica contribui para o aumento da inflação na Rússia, o que levou o banco central a alertar que poderá aumentar a taxa de juros básica para tentar conter o avanço dos preços quando os formuladores de política monetária se reunirem nesta semana.

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