Bloomberg — O presidente da Argentina, Javier Milei, apresentou novos detalhes de sua estratégia cambial na terça-feira (15), um primeiro passo importante e necessário antes que seu governo espere retornar aos mercados de capitais em 2026.
Milei disse que seu governo adotaria uma taxa de câmbio “flexível” para o peso depois de suspender os controles de capital em um momento ainda não determinado.
É o primeiro indício de que o libertário pretende implementar uma política monetária mais ortodoxa depois de desmantelar os controles que herdou após assumir o cargo em dezembro passado.
“Se não houver excesso de oferta de pesos, poderei liberar os controles, mesmo quando não tiver dólares, porque estou indo em direção a uma taxa de câmbio flexível”, disse Milei durante seu discurso principal no encerramento da conferência anual do banco central da Argentina.
Leia mais: Como a dolarização prometida por Milei tem sido colocada em prática gradualmente
O presidente da Argentina disse anteriormente que ele e sua equipe econômica não haviam decidido se fixariam a taxa de câmbio entre o peso e o dólar americano ou se adotariam uma moeda de livre flutuação.
Milei ainda não definiu um cronograma para a remoção dos controles de capital, conhecidos localmente como cepo. A falta de reservas estrangeiras, que permanecem em território líquido negativo, há muito tempo tem sido um impedimento para a suspensão dos controles devido ao medo da fuga de capitais.
A forma como Milei lidará com o peso após a suspensão dos controles será fundamental para administrar a inflação anual de três dígitos, receber investimentos estrangeiros e avançar com o pagamento de uma dívida de US$ 44 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O ministro da Economia, Luis Caputo, disse anteriormente que a Argentina voltaria aos mercados no início de 2026, fornecendo um prazo para começar a suspender os controles de capital.
A Argentina teve uma taxa de câmbio flutuante entre o final de 2015 e 2019, antes que uma corrida ao peso em meio à volatilidade das eleições obrigasse o governo da época a colocar os controles de volta no lugar. O antecessor de Milei, Alberto Fernandez, apenas acumulou mais controles e restrições.
Além de se livrar do excesso monetário do país, o presidente disse que a inflação argentina tinha que convergir para o que ele chama de inflação induzida. Anteriormente, ele listou a inflação internacional, a desvalorização de 2% da moeda indexada e os controles de capital como fatores determinantes do fenômeno.
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