Bloomberg — O presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu o seu chefe do gabinete de ministros, Nicolas Posse, diante da paralisação da principal proposta de reforma econômica do governo no Congresso. Foi a saída de mais alto nível desde que Milei assumiu a presidência do país em 10 de dezembro de 2023.
Posse foi substituído pelo ministro do Interior, Guillermo Francos, segundo uma declaração na conta do governo no X (antigo Twitter). Francos coordenou as negociações entre o presidente e os líderes do Congresso sobre as reformas.
A mudança ocorre depois que Milei alertou na semana passada que todo o seu gabinete seria colocado “sob análise”, sob dependência da aprovação do projeto pelo Congresso.
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A saída de Posse ocorreu pouco antes de Milei partir na noite de segunda-feira (27) para uma semana de reuniões na região de San Francisco, nos EUA, com executivos de alto escalão da Apple, Alphabet e Meta, entre outros.
O mercado está preocupado com a demora das reformas de Milei, que inicialmente esperava ter assinado o projeto de lei até 25 de maio. Recentemente, ele admitiu que a aprovação da proposta e um pacto simbólico com os governadores das províncias podem não acontecer até junho ou julho.
Posse se tornou uma figura-chave durante a campanha de Milei e, mais tarde, um importante negociador entre o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Com carreira no mundo corporativo, sem experiência de governo, Posse se manteve discreto e optou por não falar com a imprensa, rompendo com a tradição entre chefes de gabinete.
Antes de ingressar na campanha de Milei, Posse foi por vários anos executivo da Aeropuertos Argentina 2000, parte da holding Corporación America, na qual Milei trabalhou para o bilionário Eduardo Eurnekian.
Posse foi elogiado por políticos e diplomatas por dar estrutura à campanha de Milei, depois que o outsider surpreendeu a nação ao vencer as eleições primárias em agosto passado.
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