Bloomberg — O México elegeu uma mulher como presidente pela primeira vez em sua história política de mais de 200 anos desde a independência. Claudia Sheinbaum, 61 anos, assumirá o cargo máximo da segunda maior economia da América Latina após uma vitória com ampla margem nas eleições neste domingo (2).
A política que governou a Cidade do México entre 2018 e 2023 terá diante de si o dilema de demonstrar, por um lado, lealdade ao partido que lhe facilitou o caminho até a presidência e, por outro, provar-se aos olhos daqueles que esperam ver revelada sua visão como governante.
Na campanha, Sheinbaum prometeu continuidade ao projeto de seu mentor político, o atual presidente Andrés Manuel López Obrador, o AMLO.
A virtual vencedora obteve de 58,3% a 60,7% dos votos, de acordo com o Conteo Rápido do Instituto Nacional Eleitoral (INE). No encerramento da campanha eleitoral de 90 dias, manteve uma distância de 25 pontos percentuais sobre a candidata da oposição, Xóchitl Gálvez, de acordo com o Barômetro Bloomberg.
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Desde que Sheinbaum foi indicada como favorita para suceder o primeiro presidente de esquerda na história do México, ela tem sido acusada de ser uma “cópia” e um “clone” de AMLO - como é conhecido o presidente -, não apenas por prometer a continuidade dos projetos inacabados do antecessor mas também por repetir de maneira idêntica os mantras do mandatário em seus discursos, até mesmo na forma de falar.
A partir de 1º de outubro, quando López Obrador lhe passar a faixa presidencial, a maior expectativa sobre Sheinbaum é que ela terá que se distanciar dele e enviar sinais de que tem um estilo próprio para governar e de que pode ser suficientemente poderosa para tomar as decisões que o país demanda.