Meta diz que ampliará remoção de posts com termo ‘sionista’ e ataque a judeus

Empresa do Facebook, do Instagram e do WhatsApp diz que consultou 145 partes interessadas, entre acadêmicos e especialistas em liberdades civis, antes de tomar uma decisão sobre o tema

Por

Bloomberg — A Meta Platforms, holding do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, disse que começará a remover mais posts que ataquem “sionistas” quando o termo for usado para representar judeus ou israelenses no contexto de ataques a pessoas com essas origens.

A Meta normalmente remove postagens que atacam uma pessoa com base em uma “característica protegida”, como sua raça, nacionalidade ou religião, embora a afiliação política não se enquadre nessa classe sob proteção.

Embora o sionismo seja considerado por muitos como um movimento político para estabelecer um estado judeu formal no Oriente Médio, a empresa de plataformas sociais disse que pessoas também têm usado o termo “sionista” para se referir mais amplamente a judeus ou israelenses.

Leia mais: Renúncia no comando de Harvard expõe divisões políticas e sociais de décadas

“Removeremos conteúdos que ataquem ‘sionistas’ quando não estiverem explicitamente relacionados ao movimento político, mas que, em vez disso, usem estereótipos antissemitas ou ameacem outros tipos de danos por meio de intimidação ou violência contra judeus ou israelenses sob o pretexto de atacar sionistas”, escreveu a Meta na terça-feira (9) em um post no seu blog.

Anteriormente, a Meta considerava o termo “sionista” como um substituto para judeus em casos muito restritos ou explícitos, como se os sionistas fossem comparados a ratos, segundo a postagem. Esta mudança de política expande o que poderia ser uma violação para frases em que “judeu” ou “israelense” não são mencionados.

O uso de “sionistas” nos serviços da Meta foi revisado de forma mais formal nos últimos meses, embora a empresa tenha considerado a melhor forma de monitorar o termo nos últimos três anos, disse Neil Potts, vice-presidente de políticas públicas da Meta.

Potts e colegas consultaram 145 “partes interessadas” nos últimos três anos, incluindo acadêmicos e especialistas em direitos civis de todo o mundo, para ajudar a decidir como abordar o termo em suas plataformas.

A empresa também pediu ao seu Conselho de Supervisão externo para opinar sobre “como tratar comparações entre sionistas e criminosos (por exemplo, ‘sionistas são criminosos de guerra’).”

A Meta reconhece que monitorar a nova regra pode ser um desafio. “Não há nada que se aproxime de um consenso global sobre o que as pessoas querem dizer quando usam o termo ‘sionista’”, de acordo com a postagem no blog.

Leia mais: Bill Ackman diz que vai ‘consertar o que está errado’, e isso vai além de Harvard

Mas a Meta removerá postagens quando o termo estiver defendendo agressões físicas, desumanizando sionistas ao compará-los com animais ou “imundície” ou sugerindo que eles estão “dominando o mundo ou controlando a mídia.”

A política expandida vem nove meses depois de o Hamas atacar Israel de forma unilateral em 7 de outubro de 2023, matando mais de mil pessoas e sequestrando várias centenas de outras.

Os dois lados ainda estão em guerra, e a Meta realizou várias mudanças de política nesse período para reduzir postagens que mostrem a violência do ataque ou elogiam o apoio ao Hamas, que os Estados Unidos e a União Europeia classificam como uma organização terrorista.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Por que Sheryl Sandberg deixará o Facebook depois de 14 anos

Ataque do Irã a Israel desencadeia corrida diplomática para evitar guerra