Mercado ajusta projeções para cortes de juros em 2024 com economia forte nos EUA

Expectativas implícitas no mercado de juros futuros têm convergido para a projeção mediana do Fed em seu chamado gráfico de pontos, divulgado no fim de cada trimestre

Swaps de juros associados às decisões do Fed foram reprecificados
Por Elizabeth Stanton
28 de Fevereiro, 2024 | 01:36 PM

Bloomberg — O mercado de renda fixa dos Estados Unidos já não espera que o Federal Reserve corte juros em mais de 0,75 ponto percentual este ano, um alinhamento com a projeção que os dirigentes do banco central americano indicaram como mais provável.

Os swaps de juros associados às decisões do Fed foram reprecificados e o contrato de dezembro chegou a ser negociado a uma taxa implícita de 4,58% na terça-feira (27), apenas 75 pontos-base abaixo da taxa básica efetiva no mercado interbancário, de 5,33%. A meta do Fed para a taxa efetiva é de 5,25% a 5,5% desde julho.

As expectativas implícitas no mercado de juros futuros têm convergido para a projeção mediana do Fed em seu chamado gráfico de pontos, divulgado no fim de cada trimestre. Mas mesmo esse tanto de cortes é incerto, e alguns investidores contemplam até a possibilidade de mais aperto monetário.

“A bolha de expectativas excessivas de cortes de juros murchou”, disse Tony Farren, diretor de taxas na Mischler Financial. “A precificação do mercado agora está justa.”

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No início do ano, a aposta do mercado para a flexibilização monetária do Fed em 2024 ultrapassou 1,5 ponto percentual. Para alguns, essa expectativa se baseava na visão de que a economia dos EUA entraria, no mínimo, em uma recessão moderada este ano, provocada pelos 11 aumentos de juros do Fed nos últimos dois anos.

Gráfico: Apostas do mercado sobre cortes de juros se aproximam das de membros do Fed

Desde então, os dados de crescimento superaram as expectativas, enquanto a tendência de queda da inflação deu sinais de estagnação.

“Minha opinião em uma palavra é ‘finalmente!’” disse Leah Traub, da Lord Abbett. “O mercado estava otimista demais quanto ao cronograma e à quantidade de cortes do Fed.”

O indicador de inflação preferido do Fed, o deflator dos gastos do consumidor, conhecido como PCE, será divulgado na quinta-feira (29) e dará mais clareza sobre as pressões de preços, depois que o índice de preços ao consumidor mostrou uma inflação mais alta do que o esperado em janeiro.

O relatório de emprego de fevereiro que sairá na próxima semana é outro dado importante, com potencial para moldar as expectativas de cortes do Fed este ano.

“O mercado parece ter exagerado bastante nas posições de taxas futuras no último ano, então não me surpreenderia totalmente ver os mais pessimistas assumindo o controle até que os dados esfriem ainda mais”, disse George Catrambone, chefe de renda fixa da DWS Investment Management Americas.

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