Bloomberg — O presidente Javier Milei nomeou oficialmente o ex-chefe do banco central argentino Federico Sturzenegger para reformular completamente o governo, após meses de rumores sobre a chegada do consultor ao gabinete.
Sturzenegger, 58 anos, chefiará um novo Ministério de Desregulamentação e Transformação do Estado, com o objetivo expresso de reduzir ainda mais a presença do governo nacional e diminuir a burocracia. A designação foi formalmente anunciada no diário oficial logo após a meia-noite desta sexta-feira (5).
O novo ministro foi o principal mentor e arquiteto por trás do projeto original de reformas estruturais de Milei, aprovado pelo Congresso na semana passada após seis meses de negociações que diluíram significativamente a legislação prevista.
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Em sua nova função, ele terá a tarefa de otimizar e modernizar a Argentina a fim de reduzir os gastos públicos e tornar a administração mais eficiente, de acordo com o jornal.
Essa é a terceira vez que Sturzenegger ocupa um cargo-chave no Estado.
A primeira vez foi em 2001, quando teve uma breve passagem como secretário de política econômica do ex-presidente Fernando de la Rúa.
Ele retornou de 2015 a 2018 para liderar o banco central no governo do ex-presidente Mauricio Macri. Ele tem doutorado em economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).
A nova função de Sturzenegger gerou rumores sobre o destino do ministro da Economia, Luis Caputo, dadas as tensões entre os dois durante a crise financeira de 2018 no governo de Macri, quando Caputo era secretário de finanças e Sturzenegger liderava a autoridade monetária.
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Sturzenegger disse que sua credibilidade havia se deteriorado antes de se demitir em meio a uma venda de pesos na época, e Macri o substituiu por Caputo, que durou alguns meses no cargo.
Desde que se juntaram ao governo de Milei, porém, os dois homens têm se elogiado mutuamente.
“Somos totalmente compatíveis, ele faz algo que é fundamental para o país e o faz melhor do que ninguém”, disse Caputo a jornalistas na semana passada durante uma entrevista coletiva de imprensa, quando questionado sobre a chegada de Sturzenegger.
“A Argentina é uma bagunça de obstáculos e, como estamos olhando para o longo prazo, o aspecto mais fundamental é desfazer tudo isso.”
- Com a colaboração de Silvia Martinez.
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