Menos pequenos doadores, mais bilionários: a mudança no financiamento a Trump

Diferentemente de 2020, republicano depende mais de doações de grandes magnatas para financiar a sua campanha; Elon Musk e Miriam Adelson estão entre os principais contribuintes

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Bloomberg — O republicano Donald Trump, que ascendeu ao poder político impulsionado por contribuintes que faziam doações em pequenas quantias, agora depende de apoiadores bilionários, incluindo Elon Musk, dono do X (ex-Twitter) e pessoa mais rica do mundo, e Miriam Adelson, herdeira da empresa de cassinos Las Vegas Sands, para financiar sua candidatura à Casa Branca.

A campanha política do ex-presidente arrecadou quase o dobro do dinheiro - US$ 514,7 milhões - de doadores que contribuíram com US$ 1 milhão ou mais para os comitês, em comparação com os US$ 260 milhões que sua campanha arrecadou de doadores de pequeno porte, que enviaram US$ 200 ou menos, segundo os últimos registros da Comissão Eleitoral Federal dos EUA.

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Trump, que recebeu muitas doações de pequeno porte na última eleição, conseguiu cerca de um terço dos US$ 321 milhões que a vice-presidente Kamala Harris arrecadou de pessoas que doaram menos de US$ 200 por pessoa.

Ao todo, Harris e o Partido Democrata arrecadaram o montante recorde de US$ 1,1 bilhão no trimestre, mais do que o dobro do que Trump e os republicanos somaram durante esse período.

As mudanças nas regras do Facebook para direcionamento de anúncios políticos prejudicaram a capacidade de Trump de arrecadar dinheiro de seus apoiadores com a mesma eficácia com que o fez durante sua ascensão à Casa Branca.

As campanhas não podem mais visar diretamente os seguidores com apelos de arrecadação de fundos nem visar os usuários por opiniões políticas, tornando mais difícil e mais cara a prospecção de contribuintes.

A mudança do apoio de base para os doadores bilionários também mostra como os mega doadores republicanos abraçaram Trump à medida que ele passou de outsider do partido a porta-estandarte do Partido Republicano, com bandeiras como a redução de impostos.

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A vantagem de arrecadação de fundos dos democratas sobre seus rivais republicanos significa que eles entraram na reta final, mais cara, da campanha com US$ 63 milhões a mais no “banco”.

Harris também gasta mais: US$ 826 milhões no terceiro trimestre, em comparação com US$ 340 milhões de Trump.

Elon Musk, da Tesla e da SpaceX, o ex-presidente da Marvel Isaac Perlmutter e sua esposa, Laura Perlmutter, e o investidor Timothy Mellon arrecadaram, juntos, US$ 337 milhões no terceiro trimestre, mais do que os US$ 218 milhões destinados a apoiar Harris no mesmo período.

Doadores bilionários

A campanha de Trump também recebeu doações de US$ 5 milhões de Linda McMahon, ex-CEO da World Wrestling Entertainment (WWE), e do ex-chefe executivo da Primerica, John Addison.

Harold Hamm e sua empresa, a Continental Resources, de petróleo e gás natural, contribuíram com US$ 1 milhão cada.

Harris lançou uma campanha inicial de mídia paga de US$ 370 milhões em agosto, cerca de dez dias depois que ela ascendeu ao topo da chapa democrata após a decisão do presidente Joe Biden de sair da corrida eleitoral.

Os grandes apoiadores de Harris vêm, em grande parte, de doadores que não querem que suas identidades sejam conhecidas.

O Future Forward, um dos principais que a apoia, arrecadou US$ 104 milhões em setembro, sendo que US$ 40 milhões vieram da Future Forward USA Action, que não divulga os nomes de seus doadores.

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