Lula diz que Maduro deve explicações ao mundo sobre eleições na Venezuela

Presidente disse em entrevista a uma rádio nesta quinta que continua não reconhecendo a vitória autodeclarada de Maduro e que as relações com a Venezuela se deterioraram

Luiz Inacio Lula da Silva
Por Simone Iglesias
15 de Agosto, 2024 | 04:56 PM

Bloomberg — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Nicolás Maduro deve ao mundo uma explicação sobre o que aconteceu na eleição da Venezuela e que a disputa em curso sobre o resultado causou a deterioração das relações entre Brasília e Caracas.

Lula, que há muito tempo mantém laços estreitos com os governos socialistas da Venezuela, reiterou a recusa do Brasil em reconhecer Maduro como o vencedor e reafirmou seus apelos para a divulgação dos registros completos das urnas durante uma entrevista de rádio nesta quinta-feira (15).

“Eu continuo não reconhecendo a eleição dele, e ele sabe que deve uma explicação à sociedade brasileira e ao mundo”, disse Lula. “Os dados têm que ser apresentados de forma confiável.”

"As relações Brasil-Venezuela se deterioraram porque a situação política na Venezuela se deteriorou", acrescentou.

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Na quarta-feira, Lula conversou por telefone com Gustavo Petro, da Colômbia, outros presidente de esquerda que mantém laços estreitos com a Venezuela. Petro também pediu a divulgação dos registros das urnas, e os dois líderes têm tentado intermediar uma solução para a disputa.

Lula disse que não queria agir de forma "apaixonada ou precipitada", já que o atual mandato de Maduro só termina em janeiro.

No entanto, ele sugeriu que uma possível solução seria a realização de novas eleições nas quais todos os candidatos pudessem participar, com a supervisão de um comitê eleitoral multipartidário e observadores internacionais. Um governo de coalizão que inclua a oposição é outra possibilidade, disse ele.

"Se Maduro tiver algum bom senso, ele poderia convocar as pessoas, realizar novas eleições, estabelecer critérios para a participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral com todos os partidos e observadores de todo o mundo", disse ele na entrevista.

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