Los Angeles já avalia plano para evitar caos no trânsito na Olimpíada de 2028

Prefeita da cidade que vai sediar a próxima Olimpíada, Karen Bass, fala em incentivar o home office para as empresas locais e investir em transporte por ônibus

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Bloomberg — Los Angeles planeja incentivar a jornada remota e horários de trabalho flexíveis para evitar o caos no trânsito durante os Jogos Olímpicos de 2028, disse a prefeita da cidade no último sábado (10).

Em uma entrevista coletiva de imprensa em Paris antes da cerimônia de encerramento no domingo (11), Karen Bass reiterou os planos para realizar uma Olimpíada “sem carros”, na qual os espectadores usarão o transporte público para chegar aos locais de competição em toda a metrópole.

“Vamos precisar de mais de 3.000 ônibus”, disse Bass, que acrescentou que Los Angeles pegará emprestados os veículos de outras cidades dos Estados Unidos.

Em 1984, quando a cidade do sul da Califórnia sediou os Jogos pela segunda vez, o então prefeito Tom Bradley escalonou as horas de trabalho para reduzir os congestionamentos.

Bass disse que LA pode fazer o mesmo novamente.

“A maneira como isso deve funcionar é reunir-se com os principais empregadores da cidade e falar sobre o escalonamento das horas de trabalho”, disse Bass, observando que o esforço de quatro décadas atrás foi realizado com muito menos tecnologia do que a disponível atualmente.

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Acho que alguns empregadores poderiam perguntar: “Você poderia trabalhar remotamente por 17 dias?”, disse ela, acrescentando que os chamados trabalhadores essenciais estariam isentos, como aconteceu durante a pandemia do coronavírus.

Casey Wasserman, presidente da Los Angeles 2028, organização que faz a preparação para os jogos, disse que “centenas” de funcionários e parceiros, incluindo autoridades governamentais, estiveram em Paris nas últimas duas semanas para observar “o que é realmente necessário para realizar uma Olimpíada de nível internacional”.

A cerimônia de encerramento no domingo destacou alguns artistas de Los Angeles, incluindo o rapper Snoop Dogg e o ator Tom Cruise, e teve a passagem da bandeira olímpica da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, para Bass — a primeira vez que a troca simbólica contou com duas mulheres.

“Enviaremos uma mensagem às meninas de todo o mundo de que elas podem fazer qualquer coisa - elas podem concorrer ao ouro e podem concorrer a cargos públicos”, disse Bass, antes do encerramento.

Combate à falta de moradia

Os Jogos Olímpicos de Los Angeles são apresentados como uma oportunidade para beneficiar os cerca de 4 milhões de habitantes da cidade (além dos 18 milhões de pessoas da região metropolitana), e Bass disse que planeja garantir a participação de pequenas empresas para que elas recebam alguns benefícios econômicos.

Com o início da contagem regressiva para os próximos Jogos de Verão, 88 cidades do condado de Los Angeles já trabalham juntas para lidar com a falta de moradia, de acordo com a prefeita.

“Vamos dar moradia aos Angelenos”, disse ela, se referindo aos habitantes da cidade. “Vamos abrigar as pessoas, tirá-las das ruas, colocá-las em moradias temporárias, resolver os motivos pelos quais elas não têm moradia e colocá-las em moradias permanentes.”

A partir de segunda-feira (12), o foco mudará para a entrega após quase sete anos de planejamento, disse Wasserman. “Não estamos mais no convés, estamos prontos para começar.”

A Olimpíada de Los Angeles de 2028 poderá superar o recorde de público alcançado nos Jogos de Paris, nos quais foram vendidos mais de 9,5 milhões de ingressos. “Temos a oportunidade de vender muito mais ingressos do que em Paris”, disse Wasserman. “Não temos uma Torre Eiffel, mas temos um letreiro de Hollywood, temos locais incríveis.”

O orçamento dos Jogos de Los Angeles, anteriormente projetado em US$ 6,8 bilhões, será atualizado até o final do ano, disse Wasserman. "Estamos muito satisfeitos com a situação atual, e nosso trabalho é manter a diligência."

As Olimpíadas de 2028 acrescentarão esportes como flag football, squash, lacrosse, beisebol, softball e — talvez o mais significativo — críquete, potencialmente atraindo um público global mais amplo, uma vez que ele é o esporte mais popular na Índia.

"Há 1,5 bilhão de pessoas para as quais o críquete é o que faz o sol nascer e se pôr todos os dias, e elas prestarão atenção às Olimpíadas como nunca fizeram", disse Wasserman.

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