Bloomberg — O Banco Central Europeu (BCE) deve reduzir os juros no meio do ano, durante o verão no hemisfério norte, segundo Christine Lagarde.
Em entrevista à Bloomberg TV, em Davos, a chefe da autoridade monetária da zona do euro foi questionada se pode haver apoio majoritário para um corte.
“Eu diria que é provável”, disse Lagarde. “Mas tenho que ser cautelosa, porque também estamos dizendo que somos dependentes de dados, e que ainda existe um nível de incerteza e alguns indicadores que não estão ancorados no nível onde gostaríamos de vê-los.”
Um dia antes do início do chamado período de silêncio que antecede as reuniões de política monetária do BCE, a presidente da instituição se juntou a vários dirigentes na tentativa de atenuar as expectativas de um afrouxamento iminente.
Ela reconheceu ao mesmo tempo que as autoridades estão no caminho para reduzir juros. Ela disse que as apostas do mercado em cortes agressivos são uma distração.
“Isso não está ajudando em nossa luta contra a inflação, se as expectativas são elevadas demais em comparação com o que provavelmente acontecerá”, disse Lagarde.
O mercado de juros futuros europeu reagiu aos comentários e diminuiu a precificação de cortes este ano para 1,4 ponto percentual – o equivalente a cinco reduções de 0,25, com 60% de probabilidade de uma sexta.
No final da semana passada, o mercado precificava integralmente seis reduções. Há também menos convicção de que o primeiro movimento ocorrerá já em abril, visto antes como certeza.
Bostjan Vasle, membro do Conselho do BCE, disse nesta quarta-feira (17) que “é absolutamente prematuro esperar os primeiros cortes no início do segundo trimestre”, e seu colega francês, François Villeroy de Galhau, disse que é muito cedo para dizer quando em 2024 o BCE começará a cortar juros, uma vez que a decisão será baseada em dados.
Lagarde reconheceu também que as autoridades precisam de mais evidências antes de poderem ter a certeza de que os preços ao consumidor estão sob controle.
“Estamos no caminho certo, rumo aos 2%, mas a menos e até que estejamos confiantes de que atingiremos os 2% de forma sustentável – no médio prazo – e tenhamos os dados para corroborar isso, não vou cantar vitória”, disse ela. “Ainda não.”
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