Bloomberg Línea — O governo israelense anunciou a suspensão das exportações de equipamentos de segurança para a Colômbia em retaliação ao que definiu como “declarações hostis e antissemitas” do presidente colombiano Gustavo Petro, que equiparou as ações israelenses na Faixa de Gaza às da Alemanha nazista.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel convocou a embaixadora colombiana, Margarita Manjarrez, no domingo (15), para transmitir pessoalmente a ela um desconforto que, em termos práticos, já se traduziu em uma revisão da cooperação política entre os dois países.
Na reunião, o governo israelense quis deixar claro seu “espanto” com a forma como Petro reagiu ao “selvagem ataque terrorista” perpetrado por integrantes do Hamas, de acordo com um comunicado divulgado nas redes sociais pelo embaixador israelense na Colômbia, Gali Dagan.
Para o governo de Israel, as declarações de Petro implicam “apoio às atrocidades cometidas por terroristas” e “ameaçam a paz da comunidade judaica na Colômbia”, portanto, “como primeira medida”, as exportações relacionadas a questões de segurança estão suspensas.
O governo dos Estados Unidos e a União Europeia estão entre aqueles que classificam o Hamas como grupo terrorista.
Petro, no entanto, defendeu que quer estar “do lado certo da história”, como insistiu em novas mensagens publicadas neste domingo em sua conta na rede social X, o antigo Twitter, em que também divulga informações sobre os efeitos da ofensiva israelense em Gaza.
Ele também saudou o fato de que a União Europeia, em seu último comunicado, afirmou defender o direito internacional.
“O ataque sistemático a civis é proibido. O genocídio é proibido”, insistiu o presidente, que confirmou a disposição de seu governo de enviar ajuda humanitária à Faixa de Gaza com o apoio do Egito.
Após saber da decisão do governo israelense, o presidente Petro reagiu dizendo que, se as relações tiverem que ser suspensas, elas o serão e que a Colômbia não apoiará o ataque do país.
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